Publicada em 21/07/2023 às 15h05
Com informações da VEJA
Porto Velho, RO – A versão online da Revista Veja abordou levantamento divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que a Amazônia Legal, que engloba nove estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão), registrou uma taxa de mortes violentas intencionais 54% superior à média do restante do país no último ano. Os dados incluem homicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e óbitos decorrentes de intervenção policial.
A taxa de mortes por 100 mil habitantes na Amazônia Legal chegou a 33,8, enquanto que no Brasil o índice ficou em 23,4. Além disso, o levantamento revelou que pelo menos 425 cidades na região apresentam taxas de mortes violentas acima da média nacional.
O relatório apontou dois fatores que contribuem diretamente para o aumento da violência na Amazônia. Em primeiro lugar, a disputa entre facções criminosas pela rota de drogas na região, que torna a área estratégica por sua proximidade com os principais produtores de cocaína do mundo (Bolívia, Peru e Colômbia). Em segundo lugar, o avanço do desmatamento, garimpo ilegal e conflitos fundiários, que criam um cenário propício para o crescimento exponencial da violência nos territórios florestais.
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública também destacou que as capacidades institucionais dos órgãos locais de segurança pública são consideradas insuficientes ou frágeis para lidar com a situação.
Diante desse cenário preocupante, o governo federal anunciou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Justiça, Flávio Dino, assinarão nesta sexta-feira, 21, o decreto que institui o Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Plano AMAS). O plano prevê um investimento de 2 bilhões de reais em recursos do Ministério da Justiça e do BNDES para a implantação de estruturas e compra de equipamentos destinados aos estados da região.
O governo federal também antecipará a liberação de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) para os estados e o Distrito Federal, totalizando mais de 1 bilhão de reais em 2023. Essas medidas visam fortalecer a política de segurança pública no país e, especialmente, na região da Amazônia Legal, onde os índices de violência têm se mostrado alarmantes.