Publicada em 03/07/2023 às 14h44
A Associação LGBTQIA+ de São Paulo, por meio do deputado estadual Agripino Magalhães Júnior (MDB), afirmou ao Metrópoles que vai entrar com um processo contra o pastor André Valadão por LGBTfobia.
“Desrespeito ao próximo atacando a sexualidade das pessoas não é piada. É LGBTIFOBIA! É CRIME!!! Não basta simplesmente nos indignarmos com casos de LGBTIfobia.Temos que reagir! Criaturas homofóbicas e transfóbicas tem que responder e ser penalizados com rigor pela lei”, disse o político, nesta segunda-feira (3/7).
A decisão acontece após Valadão incitar a violência contra pessoas LGBTQIA+ durante um culto religioso na Igreja da Lagoinha, em Orlando, nos Estados Unidos, no fim de semana.
“Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais”, afirma o pastor. “Ele diz, ‘já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’, agora tá com vocês”, disse ele em um trecho da pregação, repleta de falas homofóbicas. Veja o vídeo aqui.
As falas de Valadão geraram revolta e pedidos de prisão para Valadão. “Às vezes eu acho que ele tá forçando a barra pra ser preso, ou processador, e dizer: ‘Viu, querem acabar com o cristianismo, estamos sendo perseguidos, vejam vejam!’”, opinou um internauta.
O senador Fabiano Contarato (PT-ES) também disse, por meio de seu Twitter, que vai representar criminalmente contra o pastor. “Por tudo que sou, pelo que acredito, pela minha família e por tudo que espero para a sociedade, não posso me calar diante do crime praticado por André Valadão. Vamos representar criminalmente para que ele responda por manipular a fé e incitar a violência”, diz ele.
“Em um país onde tanto se mata LGBTQIA+, André Valadão não pode falar em nome de Deus. Deus é união, amor, respeito e tantos sentimentos bons, jamais um incentivador de discurso de ódio e de assassinatos em massa”, completa ele.
André Valadão se explica
Apesar de dizer que se Deus pudesse “matava tudo e começava de novo”, ele afirma que não sugeriu o extermínio da comunidade LGBTQIA+.
“Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: Pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais”, afirma o pastor. “Ele diz, ‘já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’, agora tá com vocês”, disse o pastor em um trecho da polêmica pregação. Veja o vídeo aqui.
Segundo André Valadão, a interpretação da mídia e dos internautas foi equivocada. “Nunca será sobre matar, segregar, mas será sim sobre resetar, levar de volta a essência, ao princípio…. sim cabe ao que crê em Jesus levar a mensagem do recomeço, reset, reinício, nascer de novo e viver não mais para si, mas para Deus e suas leis”, alegou na legenda de um vídeo.
“Nunca será sobre matar pessoas, Deus nos livre deste terrível pecado, violência ou discriminação, mas sobre a liberdade de viver o que crê. A série #censuranao é sobre isso, e a cada dia que passa vemos leis, mídias, educação e um sistema mundial tentando acoar a verdade da fé que um cristão genuíno carrega”, completou.
Não é a primeira vez!
Essa não é a primeira vez que o pastor é acusado de incitar o ódio contra a população LGBTQIA+. Em junho, durante um culto na mesma igreja em Orlando, por exemplo, ele comparou gays a criminosos.
A deputada federal Erika Hilton protocolou uma denúncia contra André Valadão no Ministério Público de Minas Gerais por crime de homotransfobia.