Publicada em 25/07/2023 às 15h17
Em meio ao aumento de tensões globais e do fortalecimento de laços, os governos da Coreia do Norte e da Rússia anunciaram um encontro entre os dois países em Pyongyang. A visita russa ao regime de Kim Jong-un acontece de 25 a 27 de julho.
A Rússia será representada pelo ministro da Defesa do país, Sergei Shoigu, que vai liderar a delegação russa no evento de comemoração do 70º aniversário da vitória da Coreia do Norte na Guerra de Libertação da Pátria. A data marca a assinatura do Acordo Armistício no conflito entre as duas Coreias, que durou de 1950 a 1953.
Ao anunciar o convite, a Coreia do Norte afirmou que a visita também vai servir como forma de estreitar as relações “amistosas” com o Kremlin “de acordo com as exigências dos tempos”.
O governo da Rússia, por sua vez, afirmou em comunicado divulgado pela mídia estatal que o encontro “marcará uma etapa importante” nas relações entre os dois países.
Visita em momento geopolítico tenso
A visita da delegação russa à Coreia do Norte acontece em um momento geopolítico tenso para os dois países.
Enquanto enfrenta a guerra com a Ucrânia, a Rússia se viu envolvida em uma troca de acusações envolvendo Belarus e Polônia. Com a presença do grupo de mercenários Wagner no país liderado por Aleksandr Lukashenko, os poloneses acionaram o alerta vermelho e enviaram tropas para a fronteira.
Com a crise na região, Putin declarou na última sexta-feira (25/7) que usaria todos os meios possíveis para defender Belarus em caso de agressão da Polônia ao território do principal aliado no Leste Europeu. Na teoria, uma possível ação russa contra o território polonês resultaria em uma resposta da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), da qual os poloneses fazem parte.
Já o regime de Kim Jong-un subiu o tom contra a aliança Coreia do Sul-EUA nos últimos dias. A presença de submarinos nucleares estadunidenses na região despertou desconfiança nos norte-coreanos, que reacenderam a retórica do uso de armas de destruição em massa e ameaçaram realizar um ataque nuclear “preventivo” contra os rivais.
Em contrapartida, a dinastia Kim foi ameaçada pela Coreia do Sul, que prometeu por um fim ao regime norte-coreano caso o país utilizasse armas de destruição em massa.