Publicada em 31/07/2023 às 11h57
Uma nova variante do coronavírus foi encontrada na Indonésia. De acordo com cientistas, esta é a versão com o maior número de mutações já encontrada até agora, mas ainda não há indícios de que ela possa ser mais letal ou transmissível.
O sequenciamento do RNA do vírus foi registrado no início de julho no principal banco de dados do coronavírus do mundo, o Gisaid.
A super variante, que descende da Delta, contém 113 mutações, aproximadamente o dobro do encontrado na Ômicron, que carrega cerca de 50. Entre as alterações, 37 concentram-se apenas na proteína spike, parte do vírus responsável por fazer a ligação com as células humanas.
O vírus foi identificado a partir de testes coletados em um paciente de Jacarta. Acredita-se que ela seja fruto de uma infecção crônica, quando um único paciente sofre uma infecção prolongada e permanece com o vírus por meses, dando tempo para que ele se replique e se modifique, até gerar uma nova versão.
Esses casos ocorrem com maior frequência em pessoas com o sistema imunológico comprometido, como pacientes com HIV ou em tratamento do câncer.
Dor abdominal, diarreia, náusea ou vômito são outros sintomas que podem surgir. Apesar de menos comuns na Ômicron, esses sintomas podem aparecer quando acompanhados por outros sinais da infecção viral, como complicações gastrointestinais, dor de garganta ou perda de paladar e olfato boonchai wedmakawand/ Getty Images
“Este vírus continua a nos surpreender e ser complacente é perigoso. Isso destaca o problema de ‘viver com o vírus'”, afirma o professor Lawrence Young, virologista da Universidade de Warwick, no Reino Unido, em entrevista ao jornal Daily Mail.
“À medida que o vírus se espalha e continua a sofrer mutações, inevitavelmente resultará em infecções graves nos mais vulneráveis e também aumentará o peso das consequências de longo prazo da infecção”, diz Young.
De acordo com o professor, ainda não está claro se a nova variante tem potencial para se espalhar por outros países e trazer novas consequências para a pandemia. Para isso, ela teria que vencer outras variantes, como as descendentes da Ômicron.
Fim do estado de emergência
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, no início de maio, o fim do estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (Espii) da pandemia da Covid-19.
A decisão foi tomada após a entidade analisar os dados da pandemia que mostravam uma tendência de queda em relação ao número de casos, pacientes internados e óbitos sustentada por mais de um ano. A vacinação foi um fator decisivo para diminuir a mortalidade e a pressão sobre os sistemas de saúde pública.