Publicada em 14/07/2023 às 09h04
O Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) deve aumentar pelo menos mais duas vezes a taxa básica de juros da economia americana. É o que afirmou, na quinta-feira (13/7), o diretor da instituição Christopher Waller, que discursou em evento promovido pela Universidade de Nova York.
Segundo Waller, a tendência é que a autoridade monetária dos EUA aumente os juros em 0,25 ponto percentual pelo menos mais duas vezes até o fim de 2023. O objetivo é levar a inflação americana de volta à meta de 2%.
“A partir daí, precisaremos analisar os próximos dados. Se a inflação não continuar mostrando progresso e se não houver sugestões de uma desaceleração significativa na atividade econômica, uma segunda alta de 25 pontos-base deverá acontecer mais cedo que tarde. Mas essa decisão é para o futuro”, afirmou o dirigente do Fed.
Para o diretor do Banco Central americano, será necessário manter uma política monetária mais rígida “por mais algum tempo” porque a ameaça de uma inflação alta ainda não está totalmente superada.
“A inflação desacelerou brevemente no verão do Hemisfério Norte de 2021, antes de ficar muito pior. Temos de manter a atenção”, disse.
Nesta semana, dados de inflação nos Estados Unidos animaram o mercado, mostrando desaceleração nos preços. A inflação ao consumidor ficou em 3% em junho, na base de comparação anual, ante 4% em maio. Foi o menor índice em mais de dois anos, desde março de 2021.
O índice de preços ao produtor ficou em 0,1% em junho, abaixo da estimativa de 0,2% do consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções do mercado.
Apesar das pressões, o presidente do Fed, Jerome Powell, tem dito que a autoridade monetária não deve começar a baixar os juros tão cedo. Analistas projetam pelo menos mais duas altas em 2023.
O Comitê de Política Monetária do Fed optou, na última reunião, por manter a taxa de juros dos EUA entre 5% e 5,25% ao ano, na primeira pausa após dez reuniões consecutivas de alta.
A elevação dos juros é o principal instrumentos dos bancos centrais para conter a inflação.
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