Publicada em 25/07/2023 às 09h48
O fenômeno El Niño na costa da América do Sul, junto aos litorais do Peru e do Equador, é o mais intenso dos últimos 25 anos, conforme levantamento da MetSul Meteorologia a partir de dados de anomalias de temperatura da superfície do mar divulgados pela agência de tempo e clima do governo dos Estados Unidos.
O último boletim semanal da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, indicou que a anomalia de temperatura da superfície do mar era de 1,1ºC na região do Oceano Pacífico Equatorial Central. O valor está na faixa de El Niño moderado (+1,0ºC a +1,4ºC).
Por outro lado, a região costeira do Peru e Equador estava com anomalia de +3,4ºC, um aquecimento extremo do oceano na região que teve início no mês de fevereiro.
Intensidade
Segundo a MetSul, desde o Super El Niño de 1982/1983 essa região do Pacífico não apresentava anomalias de temperatura da superfície do mar tão altas.
A intensidade do fenômeno El Niño se mede pela anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Centro-Leste. Apesar disso, a região perto do Peru e do Equador tem grande relevância porque já foi demonstrado que produz consequências no clima global e em especial nos países andinos.
De acordo com a análise da MetSul Meteorologia, a tendência para os próximos meses é que o El Niño siga ganhando força. A maioria dos modelos de clima indica um evento forte durante a primavera e algumas simulações insistem em um evento muito forte a intenso com configuração de um Super El Niño.
Efeitos
Os efeitos do El Niño gradualmente já se fazem sentir com redução da chuva no Norte do Brasil e aumento no Sul. Entretanto, a partir de agora, em agosto e setembro, as consequências no clima brasileiro vão ser mais percebidas.
A primavera, em especial, pode ter grandes extremos de chuva no Sul do Brasil e uma significativa redução da chuva no Norte do país.