Publicada em 25/07/2023 às 14h31
Com informações do Estadão
Porto Velho, RO – O senador de Rondônia Marcos Rogério, do PL, foi citado em reportagem do Estadão, de circulação nacional, em notícia intitulada: “08 de Janeiro: Contratantes de ônibus receberam ‘dinheiro vivo’ e atuaram em campanhas bolsonaristas (CLIQUE PARA LER NA ÍNTEGRA)”.
Uma das empresas que, de acordo com o jornal, receberam “dinheiro vivo” para transportar golpistas a Brasília chama-se Bernardes & Bernardes Transportes, e seria, ainda segundo a veiculação, de Rondônia.
Um de seus sócios, que também é motorista, o microempresário Jhoni dos Santos Bressan “recebeu envelopes com até R$ 30 mil para” para transportá-los à Capital Federal.
“O cara (motoqueiro) chegava lá de viseira escura e mandava conferir o dinheiro”, disse ao Estadão.
Empresas responsáveis pela contratação de ônibus que levaram golpistas a Brasília no 8 de Janeiro receberam pagamentos em “dinheiro vivo” e parte delas atuou em campanhas de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. O nome das empresas consta em um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) obtido pelo Estadão. O documento revela os financiadores dos ataques às sedes dos Três Poderes. Ao todo, 83 pessoas e 13 empresas estão envolvidas nas contratações.
A Bernardes & Bernardes Transportes, de Rondônia, recebeu, em 2022, pagamentos por serviços eleitorais para a campanha do senador Marcos Rogério (PL-RO). Motorista e sócio da empresa, o microempresário Jhoni dos Santos Bressan recebeu envelopes com até R$ 30 mil para levar golpistas a Brasília. “O cara (motoqueiro) chegava lá de viseira escura e mandava conferir o dinheiro”, diz ele ao Estadão.
Bressan já teria prestado esclarecimentos à Polícia Federal (PF), mas revelou ao jornal que não sabe informar quem foram os verdadeiros financiadores do transporte de golpistas em 8 de janeiro.
“Ele diz ter sido procurado para o serviço por pessoas que não sabe identificar, em contatos por WhatsApp, e que recebeu esses pagamentos com dinheiro em espécie, entregues por motoqueiros, que tampouco sabe identificar, em encontros em diferentes cidades de Rondônia”, aponta o texto.
O empresário ainda alega que foi pago com esse “esquema de dissimulação pelas cinco viagens nas quais sua empresa levou bolsonaristas a Brasília, de novembro até o dia 8 de janeiro”.
“Peguei o primeiro envelope com dinheiro em Vilhena (interior de Rondônia). Essa primeira viagem era para deixar acampados no quartel-general do Exército em Brasília e vendemos por R$ 19 mil, mais diárias. A última foi feita por R$ 30 mil”, afirmou Bressan ao Estadão.
A empresa de Bressan também já foi paga durante a eleição do ano passado pelo comitê de eleição ao governo de Rondônia do senador Marcos Rogério (PL-RO). Foram pagos R$ 12 mil em 1º de setembro. “Não tivemos contato com o Marcos Rogério. Terceirizamos o serviço para um amigo, para ganhar corretagem”, afirmou Bressan ao Estadão.
Procurado, o senador informou em nota que “a contratação da Bernardes & Bernardes na campanha eleitoral em 2022 foi feita diretamente por um dos coordenadores, no interior do estado, para o transporte de equipe”.