Publicada em 18/07/2023 às 15h12
Oimpacto negativo da saída do Reino Unido da União Europeia continua a fazer-se sentir na economia britânica e, segundo um estudo divulgado esta terça-feira pela YouGov, a proporção de britânicos descontentes com o Brexit nunca foi tão alta.
A sondagem realizada este mês releva que 57% dos britânicos considera que a decisão de abandonar a União Europeia em 2016 foi um erro (incluindo 19% dos que votaram para sair), e apenas 32%, menos de um terço do país, acha que a decisão foi correta.
Os gráficos partilhados pela organização demonstram também que uma esmagadora maioria - 70% - dos britânicos diz que o governo está a gerir mal o Brexit, sendo que o valor inclui 58% dos inquiridos que votaram para abandonar a UE.
Além disso, se o referendo fosse repetido hoje, mais de metade dos inquiridos (55%) votaria para ficar no bloco comunitário, contra apenas 31% que votaria para abandonar na mesma.
O inquérito da YouGov, realizado com mais de 2.000 pessoas, conclui ainda que 63% dos britânicos considera que o Brexit foi mais um falhanço do que um sucesso, e apenas 12% acha que foi um sucesso. Há ainda uma percentagem de 18% dos inquiridos que não vê o processo nem como um sucesso, nem como um fracasso.
Nos anos que se seguiram ao Brexit, e à medida que a promessa de uma maior liberdade económica e maiores benefícios foi-se esfumando, a opinião pública britânica tem-se mostrado cada vez mais arrependida com o referendo. No centro das críticas à decisão estão Nigel Farage e Boris Johnson, os dois principais protagonistas da campanha do 'Leave' (do inglês 'Sair'), que ficou marcada por slogans enganosos e dados errados sobre os valores que o Reino Unido pagava à UE.
Ainda assim, o governo conservador, agora liderado por Rishi Sunak, disse em maio que o Brexit está a melhorar a economia do país, especialmente no que diz respeito à liberdade para controlar a imigração e na exportação de produtos - isto apesar de a esmagadora maioria dos empresários concordar que a exportação tornou-se muito mais difícil e cara com o processo de saída.
A Reuters acrescenta, citando especialistas económicos, que as zonas especiais criadas pelo governo de Londres, com taxas alfandegárias relaxadas e regulamentos mercantis simplificados, não deverão surtir o efeito desejado de aumentar o crescimento económico do país.