Publicada em 19/07/2023 às 16h05
Após suspender sua participação no acordo de grãos, a Rússia anunciou nesta quarta-feira (19/7) que os navios que atravessarem o Mar Negro rumo aos portos da Ucrânia serão considerados embarcações militares.
O anúncio acontece dois dias após os russos abandonarem o pacto costurado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a Turquia que permitia o escoamento de grãos de portos ucranianos pelo Mar Negro.
“Dado que a iniciativa do Mar Negro chegou ao fim e o corredor humanitário marítimo foi encerrado, todos os navios que atravessam o Mar Negro para os portos ucranianos serão considerados potenciais transportadores de cargas para fins militares, a partir das 12h, horário de Moscou. em 20 de julho de 2023”, disse o Ministério da Defesa da Rússia em um comunicado divulgado pela mídia estatal do país.
De acordo com a pasta, “estados de bandeira de tais navios serão vistos como participantes do conflito ucraniano ao lado de Kiev”.
O anuncio do fim do pacto gerou preocupação na comunidade internacional. A ONU afirmou que “milhões pagarão” as consequências da suspensão do acordo de grãos, que garantiu a segurança alimentar e o equilíbrio de preços mesmo com o conflito no Leste Europeu em andamento.
Apesar da saída do acordo, e das ameaças de retaliação a navios que atravessarem o Mar Negro, o presidente Vladimir Putin afirmou que o país voltará ao acordo “assim que suas condições forem atendidas”. A Rússia reclama que as restrições estariam prejudicando suas exportações de alimentos e fertilizantes.