Publicada em 10/07/2023 às 08h48
Dados obtidos em uma pesquisa feita pelo engenheiro e especialista em submarinos José Luis Martín sugerem que os passageiros a bordo do submersível Titan podem ter tomado conhecimento do que estaria prestes a acontecer cerca de 48 segundos antes da implosão.
Segundo o estudo, que baseou-se em uma reconstituição da tragédia, estima-se que a embarcação tenha afundado “verticalmente” e “sem qualquer controle” durante, no mínimo, 900 metros.
Assim, o Titan imergiu durante 48 a 71 segundos, sem que os passageiros pudessem fazer alguma coisa.
O submarino, da empresa OceanGate, desapareceu em 18 de junho durante uma expedição aos destroços do Titanic, na costa de St John’s, Newfoundland, no Canadá. Quatro dias depois, destroços da embarcação foram encontrados pela Guarda Costeira. As cinco pessoas que estavam a bordo morreram.
Em entrevista a um portal de notícias da Espanha, o engenheiro José Luis Martín explicou que o submarino pode ter sofrido uma espécie de falha elétrica, que o obrigou a mudar para aposição vertical. Com isso, a cápsula ficou “sem motor e propulsão” e “acabou perdendo a comunicação”.
Submarino teve descida vertical
Segundo o especialista, a mudança da posição horizontal para a vertical foi motivada pela soma do peso dos passageiros, que teriam se “amontoado uns em cima dos outros” na parte da frente do submarino. Conforme relatou Martín, “a estabilidade é o fator chave” para um submersível.
A pesquisa do engenheiro constatou, ainda, que “o piloto não conseguiu acionar a alavanca de emergência” e não pode contar com outros mecanismos, pois todos estavam danificados. Com isso, à medida que a embarcação seguia em direção às profundezas do oceano, “o casco resistente do submarino foi sujeito a um súbito aumento de pressão”.
Dessa forma, o “impulso”, diminuiu e o Titan tornou-se mais pesado.
Foi justamente nesse período, conforme explicou Martin, que os passageiros tomaram conhecimento do que os esperava. De acordo com o estudo do engenheiro, após 48 segundos, a implosão aconteceu.
Resgate
A Guarda Costeira do Canadá descarregou, no dia 28 de junho, os destroços do submarino Titan, que implodiu durante visita aos restos do Titanic, no porto St. John, na província canadense de Newfoundland. Os resquícios do transporte seriam utilizados para apurar as condições do acidente. No episódio, cinco pessoas que estavam a bordo morreram.
As peças de metal do submarino chegaram ao porto cobertas por uma lona, conforme registros da imprensa canadense. De acordo com as investigações, as fibras de carbono que faziam parte do submersível da empresa OceanGate se estilhaçaram durante a implosão.
Cinco pessoas a bordo
Segundo as autoridades, cinco pessoas estavam no submarino. Elas participavam de uma expedição turística aos destroços do Titanic. Saiba quem são:
O bilionário britânico Hamish Harding, 58 anos;
O maior especialista em Titanic do mundo, Paul-Henry Nargeolet;
O paquistanês Shahzada Dawood, 48, e o filho Sulaiman Dawood, 19; e
CEO da OceanGate, responsável pela viagem, Stockton Rush.
Suspensão das viagens
Depois da “implosão catastrófica” do submarino Titan, em 22 de junho, a empresa responsável por comandar as expedições turísticas até a carcaça do navio Titanic, a OceanGate, anunciou, na última quinta-feira (6/7), a suspensão total de “todas as operações de exploração e comerciais”.
A decisão da OceanGate ocorre 15 dias após a implosão que deixou cinco pessoas mortas, entre elas o CEO da empresa, Stockton Rush. O aviso aparece em vermelho no canto superior esquerdo do site.