Publicada em 24/07/2023 às 16h03
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta segunda-feira (24) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que solicite às redes sociais esclarecimentos sobre os vínculos entre 244 denunciados por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro e os perfis do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas plataformas.
O pedido foi apresentado em um dos inquéritos abertos pelo STF para apurar os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília.
No ofício enviado a Moraes, a PGR pede que as plataformas informem se os denunciados:
eram ou são seguidores de Bolsonaro
data na qual ex-seguidores deixaram o perfil
repostaram publicações do ex-presidente a respeito de supostas fraudes no sistema eleitoral e em temas relacionados a intervenção militar
A medida é um desdobramento de uma solicitação feita pela PGR na última semana.
Na ocasião, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos — indicado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para representar a PGR nos casos relacionados aos ataques de 8 de janeiro — havia pedido a Moraes que as redes sociais identificassem seguidores de Bolsonaro nas redes sociais.
O Ministério Público Federal argumentou que a medida não se tratava de investigação dos seguidores, mas um mapeamento sobre o alcance de postagens de Bolsonaro com informações falsas sobre as eleições e as urnas eletrônicas.
Nesta segunda (24), a PGR voltou a defender a medida solicitada junto ao ministro do STF, mas reformulou o pedido.
Segundo Carlos Frederico Santos, é "pertinente considerar o expressivo volume de dados decorrente do número de seguidores em redes sociais" de Jair Bolsonaro.
"A demandar tempo e esforços, o que, neste momento, poderá comprometer a capacidade operacional de levantamento, de forma célere, dos dados solicitados, além do risco de comprometer o fluxo seguro para a transmissão das informações", escreveu.
"Assim, visando o interesse público e a paz social, considerando, ainda, a imprescindibilidade de garantir a eficiência e celeridade no andamento das investigações e diante do que se mostra mais necessário no atual momento das investigações, o Ministério Público Federal requer que seja desconsiderado o pedido", acrescentou.