Publicada em 29/07/2023 às 08h55
Porto Velho, RO – O mês de julho foi bastante controverso na vida do senador da República eleito por Rondônia Marcos Rogério, do PL. Mais recentemente, ele, que se tornou membro efetivo da CPMI do 08 de Janeiro após a saída abrupta do colega Marcos do Val, do Podemos do Espírito Santo, foi citado em reportagem do Estadão.
Isto, porque uma das empresas que teria recebido “dinheiro vivo” para promover transporte de golpistas a Brasília no dia dos ataques às sedes dos Três Poderes também prestou serviços a sua campanha ao Governo do Estado no ano passado.
Antes disso, a despeito de preservar o espírito oposicionista, Rogério, quando regressou ao ofício de congressista após longo hiato para cuidar da família, chegou a declarar sua torcida para que o governo Lula, do PT, dê certo.
“Espero, senhor presidente, e torço para que o governo Lula dê certo. Não torço para que dê errado”, anotou o político de Ji-Paraná em meados de junho.
E agora, mais recentemente, em entrevista concedida a profissionais da comunicação no Portal UOL, entre eles Fabíola Cidral, Chico Alves e Tales Faria, Rogério tentou segurar os elogios a Fernando Haddad, na condução do Ministério da Economia, mas, pressionado, cedeu.
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Paralelamente a críticas diretas a Lula, o senador rondoniense, “pisando em ovos”, alegou que Haddad está mais no padrão Paulo Guedes, que ocupou a pasta na gestão de Jair Bolsonaro, do PL, que na direção do Planalto.
“Não, não estou com pudor não [de elogiar Haddad]. Quando tiver de elogiar, elogio. E quando tiver de criticar e acusar com base naquilo que realmente está acontecendo eu vou fazer. Estou dizendo aqui claramente que ele [Haddad] surpreendeu positivamente neste aspecto. Que ele está sendo mais conservador do que era esperado. Esperava-se dele alguém com visão mais à esquerda”, anotou.
Bolsonaro foi contrário a Rogério e aproveitou para "alfinetar" Haddad e o governo Lula / Reprodução-Twitter (Print Screen)
O ferrenho defensor de Messias e seu espectro político mais à direita até dá o braço a torcer em alguns momentos, com esforço descomunal de quem precisa se comunicar com “bolha” e manter um público político-eleitoral fidelizado.
A realidade é que o comportamento mais flexível do membro da Câmara Alta pode estar atrelado à má performance na corrida pelo Palácio Rio Madeira travada em 2022. Apesar de consagrar-se em segundo lugar, isto tanto no primeiro quanto no segundo turno, foi o comportamento mais moderado de Marcos Rocha, do União Brasil, que atraiu parte dos eleitores que optam por se distanciar dos extremos.
Em suma, o retorno do senador Marcos Rogério ao cenário político tem sido marcado por uma postura surpreendentemente mais flexível e moderada.
Após uma má performance nas eleições de 2022, o congressista parece buscar uma abordagem mais equilibrada, declarando torcida pelo sucesso do governo Lula e elogiando a condução econômica de Haddad. Essa mudança de tom sugere a necessidade de diálogo e busca de apoio em um cenário político polarizado, onde a comunicação com diferentes segmentos da sociedade torna-se essencial para o avanço de pautas importantes para o país.
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