Publicada em 24/08/2023 às 08h26
Professor Nazareno*
A vitória de Lula e do PT nas últimas eleições presidenciais deu uma tênue esperança aos defensores do meio ambiente de que a questão ambiental na Amazônia seria resolvida de uma vez por todas. As ações do atual governo com relação aos yanomamis aumentou ainda mais esse otimismo. Mas tudo não passou de “fogo de palha”. E há mais de 70 anos é assim. Em todo verão a ladainha é a mesma: cortinas de fumaça fecham aeroportos, entopem os hospitais com crianças e velhos e o caos se instala. A Amazônia arde de forma inclemente trazendo ainda mais preocupações para o planeta inteiro com relação às devastações na maior floresta equatorial do mundo. Em todos os governos, sejam eles democráticos ou ditaduras, de direita, de esquerda ou até da extrema-direita, no verão amazônico o fogo e a fumaça se repetem e trazem problemas na região.
Isso sem que haja qualquer combate efetivo aos incendiários. Jair Bolsonaro foi acusado de não ter muitas preocupações com o meio ambiente. O que foi uma verdade absoluta. Falou-se até que no ano de 2019, início do seu desastrado governo, os incêndios na Amazônia alarmaram o mundo. Outra verdade. Mas com o governo petista tudo iria ser resolvido. Mas não foi! Porto Velho, por exemplo, amanheceu esta semana coberta de fumaça e de fuligem num ambiente em que as temperaturas dispararam. Em alguns pontos da cidade os termômetros chegaram perto dos 40 graus à sombra com sensação térmica de quase 45 graus. Os atuais incêndios no Havaí e no Canadá e o forte calor na Europa parecem fichinha diante de tanta quentura na “capital dos destemidos pioneiros”. Isso sem falar que não chove por aqui há quase três meses. Sujeira, lixo, carniça e muito calor.
Vivendo tranquilamente com os seus luxuosos aparelhos de ar condicionado e em casas devidamente climatizadas, a classe política local está pouco se lixando para o meio ambiente e para o sofrimento do povo que vota neles em todas as eleições. Para completar a desgraça, o rio Madeira está repleto de balsas de garimpeiros, que jogam mercúrio no já contaminado curso de água. Durante um recente voo de reconhecimento, o IBAMA teria contado mais de 400 balsas no velho Madeira. O superintendente regional do órgão em Rondônia disse em entrevista que os garimpeiros desrespeitam o poder público e que medidas serão tomadas em breve. Já com relação aos incendiários da floresta, até agora nenhum pio. Só que toda essa fumaça denuncia o marasmo do Estado para salvar o que ainda nos resta de florestas e de cobertura vegetal. Só falta mesmo chover merda por aqui!
O PT não resolve o problema da fumaça porque nunca teve competência para fazê-lo. Em todos os três governos petistas os incêndios nessa região sempre foram uma constante. É que esse partido parece ser apenas mais um lacaio nas mãos do establishment e da elite reacionária do país. Assim como foi Bolsonaro e todos os outros ex-presidentes. Logo, logo, poderemos ver alguns petistas já comendo nas mãos do agronegócio. Certamente o atual governo esquerdista vai ceder às pressões e vai liberar o asfalto da BR-319 decretando dessa forma o fim imediato de toda a rica floresta amazônica. E provavelmente será no governo do PT que vão explorar petróleo na sensível região da foz do rio Amazonas. Porém, a fumaça anual na Amazônia já tem um fim previsto: quando não existir mais nenhuma árvore, não haverá mais fogo nem fumaça. Vamos nos livrar da fuligem e vamos ganhar um deserto com uns 60 graus. Com IBAMA, Bozo, PT e tudo.
*Foi professor em Porto Velho