Publicada em 25/08/2023 às 10h22
Após a China proibir todos os frutos do mar provenientes do Japão por causa do despejo de águas radioativas da usina de Fukushima no Oceano Pacífico, a comunidade científica acusa o governo chinês de hipocrisia. É que a China também liberou uma grande quantidade de águas contaminadas, em níveis ainda superiores aos da usina japonesa.
A usina nuclear em Fuqing, na província de Fujian, na China, despeja três vezes mais trítio no Oceano Pacífico do que a de Fukushima. O trítio, também conhecido como trício, é um componente radioativo.
“Tem uma diferença fundamental entre uma água contaminada com radiação direta de Fukushima e água liberada por usinas nucleares em operações normais”, justificou Wang Wenbin, porta-voz do ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, na quarta-feira (23/8). “São diferentes por natureza”, completou.
Outro país que entrou na discussão foi a Coreia do Sul, que também criticou a ação do governo japonês. Os sul-coreanos, inclusive, começaram a estocar comida por causa do medo da contaminação. Mesmo assim, o país vizinho concorda com o relatório de segurança da Agência Internacional de Energia Nuclear (IAEA), que aprovou a decisão do Japão.
Qin Gang condenou a proibição do governo japonês em relação os frutos do mar, dizendo que o ato era “extremamente egoísta e irresponsável”.
O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, disse que o governo tem usado os canais diplomáticos para que a China retire o embargo aos frutos do mar japoneses.