Publicada em 17/08/2023 às 11h41
O presidente do Banco Central (BC) do Brasil, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira (15/8) nunca ter pensado em deixar o comando da instituição.
Sob pressão do governo Lula (PT), Campos Neto foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e segue no posto em razão da lei de autonomia do Banco Central, que entrou em vigor em 2021. Ele é o primeiro presidente da autoridade monetária indicado pelo presidente da República anterior.
Questionado se em algum momento pensou em deixar o posto, ele respondeu: “Não, nunca. Primeiro porque não sou eu, é o Banco Central. As decisões não são tomadas pelo presidente, eu sou um voto de nove votos”. As declarações foram proferidas em entrevista ao Poder360.
Ele ainda reforçou a defesa da autonomia da autoridade monetária. “Não era sobre a minha pessoa, era sobre o Banco Central e sobre o avanço institucional que foi feito”, frisou. “Estamos passando pelo primeiro grande teste da autonomia, o país está polarizado”.
A fritura a Campos reduziu sensivelmente em agosto, após o primeiro corte na taxa básica de juros, a Selic — de 13,75% para 13,25% ao ano.
Em junho, antes do corte na Selic, Campos Nego disse seguir convicto de que seguirá no comando da autoridade monetária até o término de seu mandato, em dezembro de 2024.
Na ocasião, ele ainda minimizou as pressões políticas por parte de autoridades do governo.
“Me sentir pressionado faz parte desse trabalho (de debate de juros). Há poucos presidentes do Banco Central do Brasil que passaram por aqui e não tiveram momentos de se sentir pressionados. Faz parte do trabalho”, disse.