Publicada em 04/08/2023 às 14h49
"Agora, vivemos um momento em que devemos unir-nos e mostrar ao mundo (...) como estamos unidos, quão fortes somos, como nos congregamos em torno do poder supremo que o Presidente representa", disse Pamfilova, citada pela agência russa TASS.
A responsável sublinhou que as eleições presidenciais de março do próximo ano devem ser um "catalisador" que permita aos russos demonstrar o seu amor à pátria.
E "responder àqueles que tentam atentar contra a nossa independência e a nossa terra", acrescentou.
Na sua opinião, as presidenciais serão "um importantíssimo acontecimento social e político não só para a Rússia, mas para todo o mundo".
"Por que digo que serão importantes para todo o mundo? Para começar, porque uma série de países quer enfraquecer-nos (...). Eles não suportam a alternativa, que alguém seja independente", sustentou.
Além disso, indicou que os russos poderão recorrer à votação eletrónica em cerca de 30 regiões do país e que a CEC introduzirá um novo método digital de escrutínio que reduzirá o tempo necessário para a contagem dos votos.
Nas eleições legislativas de 2021, a oposição -- tanto os comunistas como os liberais -- denunciou a manipulação dos resultados da votação eletrónica, método utilizado pelo próprio Putin para exercer o direito de voto.
Na altura, os comunistas acusaram abertamente o partido do Kremlin, Rússia Unida, de lhes roubar a vitória em vários círculos eleitorais da capital, onde quase dois milhões de eleitores preferiram essa opção.
Na quinta-feira, a presidente da CEC já afirmara que as presidenciais não se podem comparar com anteriores eleições, já que nelas os russos escolherão o seu caminho.
"Estas eleições podem decidir não só o destino do país, mas também o destino do mundo", frisou.
O Kremlin pretende a reeleição de Putin com mais de 80% dos votos nas presidenciais de 2024, noticiou em meados de julho o diário digital Meduza, citando fontes oficiais.
O melhor resultado eleitoral obtido por Putin foi 76,69% dos votos em 2012, quando regressou ao Kremlin após quatro anos como primeiro-ministro.
A administração presidencial não espera que os reveses no campo de batalha na Ucrânia influenciem a vitória esmagadora nas urnas de Putin que, aos 70 anos, está no poder há 23, desde o ano 2000.
Segundo uma sondagem recente, 76,1% dos russos aprovam a gestão de Putin como chefe de Estado, apesar de contratempos como a fracassada rebelião armada de 24 de junho, protagonizada pelo líder do grupo de mercenários Wagner, Yevgeny Prigozhin.
Em fevereiro, Putin sublinhou que "tanto as [eleições] locais e regionais de setembro deste ano, como as presidenciais de 2024 decorrerão em estrita conformidade com a legislação, respeitando todos os procedimentos democráticos constitucionais".
A controversa revisão constitucional de 2020 introduziu alterações que tornaram possível a recandidatura de Putin à Presidência da Rússia tanto em 2024 como em 2030.