Publicada em 24/08/2023 às 09h41
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de Janeiro aprovou nesta quinta-feira (24) 57 novos pedidos de informações e depoimentos, entre eles as quebras de sigilo da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), do hacker Walter Delgatti e de policiais militares do DF que foram alvos da operação da Polícia Federal para investigar omissão das forças de segurança da capital federal. A reconvocação do tentente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, também foi aprovada.
Além de Zambelli, familiares e assessores da parlamentar também terão os sigilos quebrados por demanda da CPMI. A medida atinge os dados do deputado estadual Bruno Zambelli (PL-SP), do coronel Antonio Aguinaldo de Oliveira e de Renan Cesar Silva Goulart. Eles são, respectivamente, irmão, marido e motorista da deputada e estão sob suspeita de participar, de alguma forma, da suposta parceria entre Zambelli e o hacker.
O que embasou os pedidos da relatora Eliziane Gama (PSD-MA) foi o depoimento do hacker Walter Delgatti. Ele afirmou que recebeu da parlamentar pagamento de R$ 40 mil para tentar invadir o sistema judiciário e pôr a segurança da instituição sob suspeita.
A votação dos requerimentos deveria ter ocorrido na terça-feira (22), mas foi adiada por falta de acordo entre governistas e oposição. Na ocasião, a ala aliada ao governo queria pôr em votação requerimentos de quebra de sigilo telemático e financeiro de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle.
Os pedidos mirando o ex-presidente e a esposa são da relatora da CPMI, que quer investigar o fluxo do dinheiro que financiou os atos extremistas do 8 de Janeiro. Estes requerimentos ficaram de fora da pauta por decisão do presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União-BA), que alega desvio de foco.
Militares
O tenente-coronel Mauro Cid também voltará para depor à comissão. A relatora justificou que o pedido foi feito “em parte em razão das práticas já apontadas em outras investigações, em parte pelo fato de que suas manifestações em diálogos já divulgados sugerem eventual envolvimento em escala até maior do que a inicialmente apontada”.
Outros três militares ligados à ajudância de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro terão os sigilos quebrados. São eles: o coronel Marcelo Câmara, o tenente Osmar Crivelatti e o sargento Luis Marcos dos Reis.
Além de Cid, o tenente Crivelatti também foi convocado. Já o sargento Reis presta depoimento nesta quinta-feira (24) na CPMI.
Atos extremistas
A CPMI também aprovou a convocação de integrantes da Polícia Militar do DF com o objetivo de identificar quem determinou a abertura da Esplanada, que acarretou a invasão dos prédios dos Três Poderes. Estão na lista o coronel Marcelo Casimiro, preso em operação da Polícia Federal da sexta-feira (18), e o subtenente Beroaldo José de Freitas, que atuou na linha de frente para tentar conter os manifestantes.
A CPMI ainda precisa definir as datas em que os novos depoentes virão ao Senado para participar dos trabalhos.