Publicada em 09/08/2023 às 15h47
Nenhum dos lados envolvidos na greve de professores municipais em Vilhena divulgou, até agora, um balanço do movimento, que começou hoje na cidade. Ontem, a Semed tornou pública a previsão de que a adesão à paralisação seria apoiada pouco mais da metade da categoria.
Numa demonstração de força de mobilização, o Sindsul está reunido com os grevistas em sua sede, e diz que pelo menos 300 profissionais participam do evento. Nas redes sociais, professores dão força à manifestação postando imagens de escolas fechadas.
Pelas posições dos dois lados, é provável que esta queda de braço perdure mais do que se esperava, já que não parece haver disposição dos professores ou do prefeito, Delegado Flori (Podemos), para recuar. Ou seja: o caso será inevitavelmente judicializado.
Os grevistas alegam que o prefeito está ignorando uma lei que dá a eles o direito de receber o reajuste de 14,95% para toda a categoria. Eles criticam Flori por decidir que o aumento será apenas para uma parte dos professores e o acusam de manipular a opinião pública falando em reajuste quando o que está fazendo é apenas “um complemento”.
O prefeito alega que o que os educadores estão pedindo é um “efeito cascata”, que deixará um rombo de R$ 16 milhões por ano nos cofres do município. “Acho justa a reinvindicação, mas acontece que não temos recursos para isso”, explica.
Flori também argumenta que na maior cidade do Estado, Porto Velho, o prefeito Hildon Chaves (PSDB) também não concedeu o aumento linear, fazendo apenas o complemento para que nenhum professor receba menos do que o piso do magistério (VEJA AQUI).
Ciente de que terá que enfrentar o impasse nos tribunais, o mandatário também argumenta que, enquanto na capital o limite salarial com as progressões é de R$ 4.354,00, em Vilhena esse valor chega a R$ 10.209,00.
“Ninguém em nossa cidade recebe abaixo do piso, e não teríamos como atender com reajuste de 14,95% quem já recebe acima disso”, finaliza o prefeito vilhenense.