Publicada em 18/08/2023 às 16h17
Os confrontos entre tropas ucranianas e russas já se aproximam de 500 mil vítimas em 18 meses de guerra, disseram autoridades dos EUA ao jornal The New York Times.
O número pode ser ainda maior, por causa de uma possível subnotificação por parte de Moscou e da falta de dados oficiais de Kiev. Contudo, o cenário em campo indica que os conflitos se intensificaram, especialmente em áreas ao leste da Ucrânia.
Autoridades apontam que as baixas militares russas beiram os 300 mil, englobando até 120 mil mortes e entre 170 a 180 mil feridos. Em comparação, a Ucrânia teve cerca de 70 mil mortes e um número de feridos estimado entre 100 e 120 mil.
A desproporção é explicada pela presença dominante russa em campo, com sua população maior e, portanto, maior capacidade de reforço. A Rússia dispõe de cerca de 1,33 milhão de tropas, enquanto a Ucrânia conta com 500 mil, incluindo ativos, reservas e paramilitares.
Especialistas observam que a cidade oriental de Bakhmut tornou-se um dos principais palcos de violência nos últimos meses. O início do contra-ataque ucraniano no verão foi particularmente desafiador, com as forças do país tendo dificuldade em avançar devido a obstáculos e forte resistência russa.
Alterações nas táticas de combate da Ucrânia mostram uma mudança para desgastar as forças russas com artilharia e mísseis de longo alcance, em vez de enfrentar campos minados sob fogo inimigo. Há preocupações dos EUA de que essa estratégia possa rapidamente esgotar o arsenal ucraniano, beneficiando a Rússia em uma guerra a longo prazo.
Os números de mortos e feridos também evidenciam a intensidade dos combates e a falta de cuidados médicos rápidos na linha de frente. A quantidade de baixas ucranianas já supera as perdas americanas na Guerra do Vietnã e se aproxima das afegãs na guerra contra o Talibã.
Estas estatísticas refletem a brutalidade do conflito, com combates que lembram as trincheiras da Primeira Guerra Mundial e a ausência de auxílio médico eficiente, fazendo do cenário atual na Ucrânia uma das zonas de conflito mais sangrentas dos tempos modernos.
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