Publicada em 21/08/2023 às 15h25
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou que "caças russos realizaram ataques aéreos na periferia oeste da cidade de Idlib, visando uma base militar da Hayat Tahrir al-Sham (HTS)".
"Pelo menos oito combatentes" desse grupo 'jihadista' foram mortos, acrescentou Rami Abdel Rahmane, diretor do OSDH sediado no Reino Unido, que tem uma extensa rede de fontes na Síria.
Vários outros combatentes ficaram feridos, segundo a ONG, citada pela agência France-Presse (AFP).
Um correspondente da AFP em Idleb destacou que os ataques tiveram como alvo uma área agrícola na região, o último grande reduto rebelde no noroeste da Síria, parcialmente controlado pelo grupo 'jihadista' HTS.
Os combatentes dessa formação posicionaram-se em torno dos alvos visados e bloquearam o acesso aos jornalistas, acrescentou.
A Rússia é o principal apoiante do regime do Presidente Bashar al-Assad e tem participado militarmente na Síria desde 2015.
Em 05 de agosto, pelo menos três civis, incluindo uma criança, foram mortos em ataques russos a oeste da cidade de Idlib.
Em 25 de junho, outros ataques particularmente fatais na mesma região mataram pelo menos 13 pessoas, incluindo nove civis.
Por seu lado, o grupo HTS realiza regularmente ataques contra as forças do regime sírio no noroeste do país.
Em 11 de agosto, seis soldados sírios foram mortos em um ataque semelhante, de acordo com o OSDH.
O Ministério da Defesa sírio divulgou hoje que o Exército sírio abateu "três drones equipados com munição explosiva" que tentaram atacar áreas seguras, sem adiantar mais detalhes.
Segundo o OSDH, "três drones de reconhecimento" foram abatidos pelo Exército sírio nas províncias de Idlib e Hama (centro).
O último reduto da oposição armada ao regime inclui grande parte da província de Idlib, bem como territórios fronteiriços com as províncias de Aleppo, Hama e Latakia.
O HTS, do antigo ramo local da Al-Qaeda, é o principal grupo ativo nesses territórios, onde também estão presentes outras facções rebeldes menos influentes, apoiadas em diferentes níveis pela Turquia.
Com o apoio da Rússia e do Irã, o regime sírio recuperou a maior parte do território perdido no início da guerra, desencadeada em 2011 pela repressão às manifestações pró-democracia.
A região de Idlib está sujeita a um cessar-fogo mediado pela Rússia e pela Turquia após uma ofensiva do regime em março de 2020.
Apesar das repetidas violações, o cessar-fogo é geralmente respeitado.
A guerra na Síria já custou mais de meio milhão de vidas e deslocou vários milhões de pessoas.
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