Publicada em 28/08/2023 às 14h20
Durante visita surpresa à província de Xinjiang, no noroeste da China, o presidente Xi Jinping pediu que as autoridades da região conservem a “estabilidade social duramente conquistada” e promovam ações para que o islamismo se adapte ao país, além de controlar “eficazmente atividades religiosas ilegais”.
De acordo com a mídia estatal chinesa Xinhua, após participar da cúpula do Brics, na África do Sul, o presidente chegou à cidade de Urumqi no último sábado (26/8), onde ouviu um relatório de trabalho do governo e fez um discurso.
A província de Xinjiang é considerada uma região autônoma chinesa, que abriga os uigures — povo asiático que vive no noroeste chinês há séculos. Habitam a região cerca de 12 milhões de uigures, que são de maioria mulçumana.
“No processo de modernização ao estilo chinês, construiremos melhor uma bela Xinjiang que seja unida e harmoniosa, rica e próspera”, declarou Xi.
Segundo a Xinhua, o presidente Xi Jinping disse às autoridades que o “problema de identidade cultural” tinha que ser resolvido para consolidar a nação chinesa, o Partido Comunista da China e o “socialismo com características chinesas”.
Violações dos direitos contra uigures na China
A Organização das Nações Unidas (ONU) publicou no ano passado um relatório que identificou “graves violações de direitos humanos” contra a minoria uigur e outras comunidades predominantemente mulçumanas em Xinjiang, na China.
A publicação afirma que os relatos de “padrões de tortura ou maus-tratos, incluindo tratamento médico forçado e condições adversas de detenção, são críveis, assim como as alegações de incidentes individuais de violência sexual e de gênero”.
Já a Human Rights Watch (HRW) afirma que foram cometidos crimes contra a humanidade. Por outro lado, o governo chinês nega as acusações, que, segundo ele, fazem parte de uma conspiração do Ocidente com o objetivo de difamar a China.