Publicada em 10/08/2023 às 08h39
A crise diplomática entre Níger e França ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira (9/8). A junta militar que derrubou o presidente Mohamed Bazoum no fim de julho acusou os franceses de violarem seu espaço aéreo e de atacarem um acampamento militar com o objetivo de libertar “terroristas”.
“O que estamos vendo é um plano para desestabilizar nosso país”, disse o porta-voz do novo regime, Amadou Abdramane, em um comunicado em vídeo. O militar, no entanto, não forneceu provas da possível ação francesa.
No último domingo (6/8), militares que tomaram o poder no país localizado na faixa do Sahel anunciaram o fechamento do espaço aéreo alegando “ameaça militar”. O movimento aconteceu depois que a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) ameaçou intervir militarmente para restaurar a democracia no Níger.
Esta não é a primeira vez que o novo regime do Níger acusa a França de violar seu espaço aéreo. Em ambos os casos, Paris rejeitou as alegações.
A nova acusação da junta militar acontece um dia antes de uma importante reunião sobre a situação no país. Após adiar uma possível intervenção no Níger, a Cedeao marcou uma cúpula na Nigéria que será realizada nesta quinta-feira (10/8), com o objetivo de discutir possíveis ações contra o novo golpe militar na África Ocidental.