Publicada em 19/09/2023 às 09h26
O Canadá informou na segunda-feira (18) que expulsou de seu território o chefe do serviço de inteligência externo da Índia em Ottawa, ao acusar o país asiático de envolvimento com o assassinato em junho de um líder sikh exilado.
O primeiro-ministro Justin Trudeau declarou em uma sessão de emergência da oposição parlamentar que seu governo tem "alegações críveis" que vinculam agentes indianos com a morte do dirigente sikh Hardeep Singh Nijjar na Colúmbia Britânica (oeste).
"O envolvimento de um governo estrangeiro no assassinato de um cidadão canadense em solo canadense é uma violação inaceitável de nossa soberania", disse Trudeau.
A ministra de Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Jolie, declarou que o governo tinha tomado medidas imediatas. "Hoje, foi expulso do Canadá um alto diplomata indiano", disse.
Sem identificar o funcionário, Jolie afirmou que se tratava do chefe do serviço de inteligência externo da Índia, conhecido pela sigla RAW (Research and Analysis Wing), no Canadá.
O líder Nijjar, que era considerado um terrorista pelo Estado indiano, foi morto a tiros em 18 de junho em Surrey, um subúrbio de Vancouver que abriga uma importante comunidade sikh. O Canadá tem a maior população sikh fora do Punjab indiano.
Nijjar defendia a criação de um Estado sikh independente em partes do norte da Índia e do Paquistão. Nova Délhi, por sua vez, acusava Nijjar de realizar atentados terroristas no país, o que ele sempre negou.