Publicada em 30/09/2023 às 09h21
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estima um aumento de 6,2% na demanda por energia em outubro em relação ao mesmo período de 2022. Se confirmado, será o recorde para o mês desde o início da série histórica, em 2000.
Uma das razões para a alta da demanda são as temperaturas médias mais elevadas, apesar da recente frente fria no Sul e Sudeste/Centro-Oeste.
Contudo, o ONS prevê que as temperaturas no Norte e Nordeste devem permanecer elevadas, com poucas chuvas.
Em relatório divulgado nesta sexta-feira (29), o ONS estima que a demanda pode chegar a aproximadamente 77,5 gigawatts médios (GWmed) no próximo mês.
A cidade de São Paulo, maior do país, por exemplo, tem uma demanda média de eletricidade que varia entre 10 a 12 GWmed por mês.
Por causa do calor, setembro também bateu recorde de demanda em relação ao mesmo mês nos anos anteriores.
“Tivemos um período de forte elevação da demanda por carga e a resposta do SIN [Sistema Interligado Nacional] a esse crescimento foi positiva, com a garantia de atendimento. Estamos atentos aos próximos meses, em especial o período do Verão, cujas temperaturas médias devem ser mais elevadas”, afirmou o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi.
Reservatórios
Segundo Ciocchi, o nível dos reservatórios das hidrelétricas garante o atendimento a esse aumento de demanda.
“Temos um cenário geral favorável, com os reservatórios em bons níveis. A perspectiva é que, quando entrarmos na estação chuvosa, estaremos numa situação bem mais confortável que a de anos anteriores”, declarou.
Para o final de outubro, três dos quatro subsistemas considerados pelo ONS estarão com os reservatórios acima de 60%:
Sul (95,8%);
Sudeste/Centro-Oeste (66,5%);
Nordeste (61,3%);
Norte (57,6%).
O período tipicamente seco, com baixa incidência de chuvas, termina em outubro. Segundo o ONS, deve terminar com o maior nível de água nos reservatórios dos últimos 14 anos.
Por conta do cenário favorável para geração de energia hidrelétrica, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira (29) que não haverá cobrança adicional na conta de luz.
Dessa forma, a bandeira tarifária segue verde no mês e a expectativa é que permaneça assim até o final do ano.
Quando os reservatórios estão baixos e o ONS precisa acionar termelétricas mais caras, a Aneel pode acionar bandeiras tarifárias com custo na conta de luz, como amarela, vermelha 1 e vermelha 2.
Veja o custo de cada uma:
Bandeira verde (condições favoráveis de geração de energia) - sem cobrança adicional;
Bandeira amarela (condições menos favoráveis) - R$ 2,989 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos;
Bandeira vermelha patamar 1 - (condições desfavoráveis) - R$ 6,500 a cada 100 kWh consumidos;
Bandeira vermelha patamar 2 (condições muito desfavoráveis) - R$ 9,795 a cada 100 kWh consumidos.