Publicada em 01/09/2023 às 10h19
Porto Velho, RO – Em seu discurso no Plenário nesta quinta-feira (31), o senador Confúcio Moura (MDB-RO) expressou críticas em relação à escassez de investimentos nas universidades do Norte. Ele salientou que as instituições localizadas em Rondônia, Acre, Amapá e Roraima são as de menor porte no país e enfrentam desafios decorrentes da insuficiência de recursos destinados à manutenção de suas estruturas. Confúcio solicitou ao ministro da Educação, Camilo Santana, a viabilização da construção de um hospital universitário e o aumento das vagas no curso de medicina na Universidade Federal de Rondônia (Unir), que, desde a sua criação há duas décadas, oferta apenas 50 vagas. As informações são da Agência Senado.
O senador destacou que Rondônia é o único estado que não dispõe de um hospital universitário, o que impede a adequada capacitação dos estudantes na área da saúde. Além disso, ele enfatizou que a carência de vagas no curso de medicina em Rondônia compromete a aplicação da Lei de Cotas, prejudicando as minorias étnicas que teriam a oportunidade de ingressar no ensino superior.
— E cadê a Lei de Cotas para índios, quilombolas, os negros, os pobres, os alunos das escolas públicas? Eles não têm condições! São apenas 25 — 25! — vagas para as cotas — disse o senador, lembrando que, enquanto a Universidade Federal de Rondônia segue com o mesmo número de vagas há 20 anos, proliferam as faculdades particulares de medicina, inacessíveis para os mais pobres, pois somente uma minoria pais de alunos conseguem pagar de R$9 mil a R$12 mil de mensalidade.
Segundo Confúcio, é viável aumentar o número de vagas no curso de medicina para 150, sendo 100 vagas em Porto Velho e a criação de 50 novas vagas no campus de Ariquemes (RO).
— Quero que o meu discurso seja anotado lá pelos assessores do ministro Camilo Santana [...]. Anote o que estou falando aqui. Isso aqui não é um trabalho banal, não é um pedido insignificante, ele representa muito para o nosso estado, que tem pouco. [...] O hospital universitário e mais vagas para o curso de Medicina, que possa abrigar pelo menos 75 meninos pela Lei de Cotas — afirmou o senador.
Além disso, Confúcio ressaltou a falta de refeitórios e de fornecimento de alimentos para os estudantes nas universidades federais da Região Norte. Ele sublinhou que todas as universidades federais naquela região sofrem com a carência de recursos.
— Chega de omissão! É histórico o menosprezo do Ministério da Educação com as pequenas universidades do Norte do Brasil. É lá que se concentra a desigualdade abissal em relação ao restante do país. Os indicadores da Amazônia são os piores do Brasil. Então, para fazer justiça equitativa, precisamos dar mais a quem tem menos. E isso é justiça!
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