Publicada em 28/09/2023 às 09h16
Porto Velho, RO – “Não foi à toa que o presidente Lula escolheu o tema como eixo central do seu discurso na abertura da última Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. A escolha foi absolutamente acertada, isso porque há décadas pesquisas científicas vêm alertando para o perigo das nossas ações desordenadas. Vivemos um cenário de emergência climática. Vemos a cada dia os prognósticos mais pessimistas serem confirmados em desastres generalizados”, disse Confúcio Moura, do MDB.
A fala está encartada em release encaminhado pela assessoria do congressista às redações, onde, logo no título, o senador do rondoniense “alerta para a urgência da crise climática”.
No mesmo texto Moura destaca “a nossa fragilidade operacional para enfrentá-la”.
Apesar de negar que tenha elogiado o presidente Lula, do PT, é a segunda vez em pouco mais de uma semana que o político cita o mandatário do Planalto de maneira positiva ao abordar assuntos variados em suas redes sociais envoltos a participação do petista na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), ocorrida no dia 19 de setembro.
No dia 20, em seu Facebook, ele anotou:
“É claro que todas as pautas tratadas pelo Presidente da República são importantes para o País. No entanto, teve uma que me agradou bastante na viagem do presidente Lula aos Estados Unidos, para o encontro da ONU: o tema tratado por ele e o presidente Joe Biden hoje à tarde”.
E destacou ainda:
“Há décadas o mundo não discute o papel do trabalho e dos trabalhadores em fóruns multilaterais. Como o capital, debatido em todos os momentos de oscilações e crise, o trabalho deve ser agenda prioritária dos líderes mundiais. Com o encontro de hoje, Lula e Biden inserem o trabalhador no debate e, ao mesmo tempo, preenchem uma lacuna na História”, sacramentou.
Já à ocasião foi criticado por usuários, que, entre outros comentários, disseram coisas como: “Nunca mais vai ser eleito para nada [...]”; “Petista camuflado dizendo que é do Centro”; e “Por que o senhor não muda para o PT logo?”.
CONFIRA O TEXTO ENCAMINHADO PELA ASSESSORIA DE CONFÚCIO MOURA:
Em discurso, Confúcio Moura alerta para a urgência da crise climática e destaca a nossa fragilidade operacional para enfrentá-la
Para o senador, o calor dos últimos dias e os desastres naturais em todo o mundo são provas definitivas de que a crise do clima é real e letal
Ao ocupar a Tribuna do Senador Federal nesta quarta-feira, 27, o senador Confúcio Moura (MDB-RO) chamou a atenção para a realidade da alteração da mudança climática. Segundo ele, o que era apenas uma retórica há pouco mais de 10 anos, estamos vivenciadas aqui e agora.
“Não foi à toa que o presidente Lula escolheu o tema como eixo central do seu discurso na abertura da última Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. A escolha foi absolutamente acertada, isso porque há décadas pesquisas científicas vêm alertando para o perigo das nossas ações desordenadas. Vivemos um cenário de emergência climática. Vemos a cada dia os prognósticos mais pessimistas serem confirmados em desastres generalizados”, disse o senador.
Segundo o senador, embora a catástrofe seja global, é certo que alguns países contribuíram mais que outros para chegar onde chegamos. “No entanto, no momento desastroso em que nos encontramos, é também evidente que a sua reversão é responsabilidade de todos nós. Os estados nacionais são parte importante nessa equação, na medida em que regulamentam as ações públicas e privadas em seus territórios. Aqui no Brasil, boa parte desse papel é exercido pelas agências reguladoras, criadas para regulamentar, controlar e fiscalizar a execução de serviços públicos transferidos para o setor privado por intermédio de concessões” explicou.
No caso do clima, a Agencia Nacional de Águas e Saneamento Básico – ANA é a responsável por gerenciar as políticas que impactam, para o bem ou para mal, a qualidade do ambiente em vivem os brasileiros. No entanto, para o senador, embora sejamos um país continental, a Agencia possui estrutura de órgão estadual. “É absolutamente necessário que a estrutura da autarquia e seu corpo de funcionários reflitam a importância da sua missão. Hoje, a agência conta com um total de 382 servidores, sendo que 20 deles estão prestes a se aposentar. Outros 47 foram cedidos a outros órgãos. Desde 2008 não há concurso público para a Agência Nacional de Águas! ”, alertou o parlamentar.
Na avaliação do senador, esta contradição não ajuda o país a ser protagonista global no debate sobre o tema, uma vez que a agenda de cumprimento dos deveres de casa é frágil. “Esta situação não é coerente com as atribuições da Agência. Vou citar algumas dessas atribuições previstas em lei. Cabe à Agência Nacional de Águas a emissão de outorgas de direitos de uso dos recursos hídricos em rios sob domínio da União; a regulação dos recursos hídricos em âmbito nacional. É a Agência Nacional de Águas, e Saneamento Básico que regula as condições de operação dos reservatórios públicos e privados, monitora o nível da água e avalia a viabilidade das obras hídricas. É a Agência de Águas que declara as situações de crise hídrica no país”, descreveu Confúcio Moura.
Diante da dimensão e importância das atribuições, para Confúcio Moura, não é razoável que a Agencia passe tantos anos sem repor ou renovar seus quadros funcionais. “Esses são alguns dos exemplos que demonstram o alto nível de responsabilidade exigido dos servidores da Agência. Por mais elevado que seja o padrão técnico do trabalho executado pelos pouco mais de 330 servidores atualmente lotados na autarquia, é inegável a necessidade de contratação de novos funcionários”, afirmou.
Em 2023, essa tendência se confirma a ponto de o Secretário-Geral da ONU, Antônio Guterres, afirmar, na abertura da Cúpula de Ambição Climática, que as ‘ações humanas irresponsáveis abriram portas no inferno’, em suas próprias palavras”, relembrou o parlamentar.
Para o parlamentar, a emergência climática deve ser prioridade zero dos governos, pois nenhuma nação está livre dos seus danos, que serão simultâneos a todas. “Como afirmou de forma veemente o Presidente da República no discurso da ONU, a emergência climática atinge todos, mas, principalmente, os mais pobres. O cenário atual tornou absolutamente urgente uma correção de rumos se desejarmos um amanhã para o nosso país. A valorização de servidores públicos técnicos e comprometidos com a nossa sustentabilidade é um passo importante nesse sentido”, concluiu Confúcio Moura.