Publicada em 22/09/2023 às 10h19
A reportagem da Agência Pública intitulada "Políticos pagam campanha antiaborto no Facebook e Instagram às vésperas de decisão no STF" revelou informações sobre anúncios relacionados ao tema do aborto que foram impulsionados por políticos brasileiros nas redes sociais, especificamente no Facebook e Instagram. Um dos perfis que se destacou nesse contexto foi o do deputado federal Lucio Antonio Mosquini, membro do MDB de Rondônia.
De acordo com a investigação, o deputado Mosquini investiu pelo menos R$ 1 mil em um vídeo que não aborda diretamente o julgamento em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a questão do aborto. O vídeo enfatiza sua posição contrária a "drogas, aborto e sexualização de crianças" e teve mais de 750 mil visualizações. A maior parte do público alcançado pelo vídeo era composta por mulheres jovens, entre 18 e 24 anos, residentes em Rondônia.
No vídeo, o deputado Mosquini critica a Resolução nº 715 do Conselho Nacional de Saúde, alegando preocupações com o seu conteúdo. O documento em questão traz diretrizes para a formulação do Plano Plurianual e do Plano Nacional de Saúde e inclui uma menção ao aborto, juntamente com outros temas relacionados à saúde pública.
O deputado Mosquini se apresenta como um parlamentar cristão e é conhecido por ser signatário de frentes parlamentares que defendem posições conservadoras em relação ao aborto e à família. No final do mês de agosto, deputados ligados a essas frentes realizaram uma ação coordenada para cancelar uma palestra sobre aborto legal na Defensoria Pública da União, no Distrito Federal.
A reportagem não faz juízo de valor sobre as ações do deputado Mosquini, mas destaca sua atuação e investimento em anúncios relacionados ao tema do aborto nas redes sociais, à medida que o assunto ganha destaque devido ao julgamento em curso no STF.
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, votou nesta sexta-feira (22) a favor da descriminalização do aborto até a 12ª semana da gravidez. No entanto, um pedido de destaque do ministro Luís Roberto Barroso travou o julgamento no plenário virtual e vai levá-lo ao plenário físico da Corte.