Publicada em 27/09/2023 às 15h19
"Agradecemos ao Governo sueco pelo seu papel diplomático (...) e ao Governo chinês pela sua assistência na facilitação do processo de trânsito do soldado King", disse o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca (Presidência norte-americana), Jake Sullivan, num comunicado.
Um alto funcionário militar norte-americano informou que o soldado já tinha deixado o espaço aéreo chinês e estava a caminho de uma base militar dos EUA, após complexas movimentações diplomáticas por parte da Suécia, que gere os negócios de Washington na Coreia do Norte, e da China, que se disponibilizou para ser intermediária do processo de transferência.
Horas antes, a agência estatal norte-coreana KCNA tinha informado que Pyongyang estava a preparar-se para expulsar o soldado, que entrou ilegalmente no seu território em julho, procedente da Coreia do Sul.
Depois de concluir a sua investigação, "o órgão competente da República Popular Democrática da Coreia [designação oficial do país] decidiu expulsar Travis King, um soldado do exército norte-americano que entrou ilegalmente no território", disse a KCNA.
King confessou ter entrado ilegalmente na Coreia do Norte porque nutria "um mau sentimento contra os maus-tratos desumanos e a discriminação racial" no seio do exército dos Estados Unidos, segundo a KCNA.
Também alegou que estava "desiludido com a desigualdade da sociedade norte-americana", acrescentou a mesma fonte.
O militar entrou na Coreia do Norte quando fazia uma visita civil a uma aldeia fronteiriça, em 18 de julho, tornando-se o primeiro cidadão dos Estados Unidos a ser detido no Norte em quase cinco anos.
Na altura em que se juntou à visita civil e atravessou a fronteira, deveria estar a caminho de Fort Bliss, no Texas, depois de ter sido libertado de uma prisão sul-coreana devido a uma condenação por agressão.
Após semanas de silêncio, a Coreia do Norte confirmou em agosto que tinha detido King e que estava a investigar as circunstâncias da sua entrada no país.
O incidente causou muita agitação nos Estados Unidos e provocou receios sobre o tratamento que o militar poderia receber em solo norte-coreano.