Publicada em 30/09/2023 às 11h27
Rondônia é um dos Estados mais promissores econômica, política e socialmente mais estáveis do Brasil. É destaque na produção de café, gado de corte (6º maior rebanho do País) e a cada safra produz maior volume de soja e milho.
O porto graneleiro de Porto Velho, no Rio Madeira, exporta a maior parte da produção de soja, milho e carne de Rondônia e de grãos (soja e milho) de parte do Mato Grosso. Apesar de sua força econômica tem sérias deficiências em setores básicos, que atingem diretamente o setor produtivo. A precariedade do trecho da BR 364, de aproximadamente 700 quilômetros entre Porto Velho a Vilhena e mais recentemente com o cancelamento de voos pelas empresas Azul, principalmente, além da Gol e Latam, desde o final do mês de julho são empecilhos que poderiam ser amenizados com mais e melhores ações políticas da Bancada Federal.
Os voos sempre chegavam – e chegam– lotados em Rondônia em Porto Velho e nas cidades do interior. É lamentável a falta de uma ação política mais efetiva, agressiva até, na cobrança do retorno dos voos ao Estado. Não é possível, que a Bancada Federal (três senadores (assim como os demais Estados e o Distrito Federal) e oito deputados, não tenham força (para não dizer competência) para bater o pé e exigir, que as companhias aéreas retomem os voos ou deixem o Estado.
A alegação esdruxula, da Azul, que a demanda de ações judiciais é excessiva, e que retornaria com os voos caso as judicializações sejam findadas é um abuso e coloca em dúvida as ações da Justiça, que foram a favor dos passageiros. Com certeza, que as pessoas que entraram com as demandas estavam corretas, pois a maioria é por cancelamento de voos.
Hoje as pessoas que dependem da aviação comercial, para viajar a outros Estados ou mesmo fora do País, têm que se adequar à oferta de voos limitada pelas companhias que cancelaram vários deles na capital e no interior.
Recentemente a Bancada Federal teve reunião com a direção da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Muita conversa, diz que diz, mas nada de concreto sobre o retorno dos voos, que a diretoria da Azul chegou a condicionar, caso cessasse a judicialização.
Estamos terminando o mês de setembro e, há dois meses aproximadamente os passageiros de Rondônia, que dependem da aviação comercial está no prejuízo, pois não sabe quando poderá viajar, porque os voos são limitados e sempre lotados.
Bons tempos das Bancadas Federais de Rondônia compostas por políticos influentes e que colocavam o Estado, ainda muito jovem, no seu devido lugar, na política nacional, mesmo dando seus primeiros passos, após a emancipação político-administrativa. Alguns já se foram como Odacir Soares, o “Raposão”, que foi senador e primeiro e segundo secretário no Congresso Nacional. Político respeitado em nível nacional.
Os demais que citaremos estão vivos, mas fora da política, porque já contribuíram galhardamente com a política regional como José Bianco, de Ji-Paraná, que foi prefeito (três mandatos), governador, senador. Bianco, e o seu irmão, o saudoso Arnaldo ajustaram as finanças do Estado, que desde o seu mandato (1º janeiro de 1999 a 1º janeiro de 2003) nunca mais teve problemas de caixa, nem atraso de pagamentos a servidores e fornecedores.
Porto Velho teve bons momentos com o prefeito José Guedes (dois mandatos), que também foi deputado federal e um dos fundadores do PSDB em nível nacional, junto com o ex-governador do Paraná, José Richa. Sempre teve influência em Brasília.
O ex-deputado estadual, ex-senador e ex-ministro (INSS) Amir Lando também está entre as lideranças, que batiam de frente com os demais líderes nacionais na capital federal. Tem uma ampla folha de bons serviços prestados a Rondônia.
Uma das lideranças políticas expressivas de Rondônia foi o ex-vereador, ex-prefeito, ex-deputado (federal e estadual) e ex-senador Ernandes Amorim, o “Cabeção”. Polêmico, “pavio curto”, Amorim é uma figura de destaque na política regional. Só não conseguiu chegar a governador, mas tentou em duas oportunidades.
O ex-deputado federal e ex-senador Expedito Júnior está entre os políticos de maior destaque no Estado. Em duas oportunidades foi o mais votado a governador, mas não conseguiu superar os adversários no segundo turno. Foi um dos deputados federais mais jovens do Brasil a chegar ao Congresso Nacional.
Temos também a geração mais recente, com Valdir Raupp (prefeito de Rolim de Moura, governador, senador). Tem um legado político invejável, assim como sua mulher, Marinha Raupp, que foi deputada federal em cinco mandatos. É muito difícil um dos 52 municípios de Rondônia que não tenha alguma ação da deputada. Geniosa, mas muito eficiente.
Ainda lembrando os políticos, que estão “desativados”, temos Divino Cardoso, ex-prefeito de Cacoal, Silvernani Santos, de Jaru, ex-deputado (federal e estadual) e ex-presidente da Assembleia Legislativa (Ale).
No Cone Sul o destaque é a Família Donadon. O saudoso Marcos Donadon, ex-prefeito de Colorado do Oeste e pai de Melki (ex prefeito de Colorado do Oeste e Vilhena), de Natan (ex-deputado federal) e de Marco Antônio (ex-deputado estadual e ex-presidente da Ale-RO) fez história.
Ainda fazem parte da lista nomes expressivos como Tomás Corrêa, ex-deputado estadual por Jaru, ex-prefeito de Porto Velho e ex-senador.
Não pode ficar fora da lista, dois nomes que constam da história política de Rondônia, O ex-prefeito de Ouro Preto do Oeste, ex-deputado (federal e estadual) e hoje secretário da Agricultura de Porto Velho, Carlos Magno.
Fechando a conta, Maurão de Carvalho, ex-prefeito de Ministro Andreazza, ex-deputado estadual (cinco mandatos) e ex-presidente da Assembleia Legislativa (dois mandatos). Maurão foi governador interino. Perdeu as eleições no primeiro turno para o atual governador Marcos Rocha (UB) em 2018, por 11.111 votos. Rocha venceu Expedito no segundo turno.
Certamente estão faltando nomes de políticos “das antigas”, situação que será abordada em novas Opiniões, assim como da nova geração. Rondônia é um Estado, ainda, em fase de construção, de futuro a cada dia mais promissor tanto econômica como politicamente, mas precisa de ações mais efetivas na área federal. Não é preciso de pires na mão, mas de ações efetivas junto ao Governo Federal cobrando o que é de direito do Estado.