Publicada em 23/09/2023 às 10h18
A organização destacou que os manifestantes exigiram a renúncia das autoridades do leste do país e expressou "profunda preocupação com o que parece ser uma campanha sistemática de repressão" conduzida pelos militares e pelos serviços de segurança na cidade de Derna, "em uma tentativa de intimidar os manifestantes e silenciar suas vozes".
A ONG, que documenta violações dos direitos humanos, afirmou ter recebido relatos críveis de detenções pelo Serviço de Segurança Interna e da imposição de medidas restritivas, como o isolamento de áreas, a limitação do trabalho dos jornalistas e o corte das comunicações e da internet.
"Apelamos às autoridades do leste da Líbia para que ponham imediatamente fim a essas violações, libertem os detidos e respeitem o direito à liberdade de opinião, de expressão e de manifestação pacífica", declarou a LWC em comunicado.
Pelo menos 4.000 pessoas morreram e mais de 10.000 outras continuam desaparecidas devido às inundações causadas pelo ciclone Daniel no nordeste da Líbia, na noite de 10 para 11 deste mês, agravadas pela ruptura de duas barragens ao norte da cidade, afetando dezenas de milhares de pessoas e danificando milhares de casas.
Na sexta-feira, as autoridades do leste da Líbia anunciaram que organizarão uma conferência internacional em Derna em 10 de outubro, onde pretendem apresentar projetos modernos e rápidos para a reconstrução da cidade, segundo a administração do leste da Líbia, em comunicado assinado pelo líder Oussama Hamad.
A Líbia está dividida em dois desde a queda de Muammar Kadhafi em 2011 e é governada por duas administrações rivais: uma em Trípoli (oeste), reconhecida pela ONU e liderada por Abdelhamid Dbeibah, e outra no leste, representada pelo parlamento e afiliada ao campo do poderoso marechal Khalifa Haftar.