Publicada em 13/09/2023 às 15h39
Numa declaração conjunta apresentada por Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido durante uma reunião do Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), a agência nuclear da ONU, em Viena, os 63 Estados sublinharam a "necessidade urgente" de o Irão "esclarecer e clarificar de forma satisfatória" todas as questões pendentes na investigação.
O Irão deve fornecer "respostas tecnicamente credíveis" aos inspetores da AIEA, como exige o seu acordo de salvaguardas, "para responder às legítimas perguntas da agência", lê-se no documento.
Entre os países que subscreveram a declaração, estão todos os Estados-membros da União Europeia, as principais potências ocidentais, outras regionais, como Arábia Saudita, Turquia e Emirados Árabes Unidos, e também alguns países latino-americanos como Chile, Colômbia, Costa Rica e Equador.
A declaração faz um apelo ao Irão para que aja de imediato no sentido de cumprir as suas obrigações legais relativamente ao material nuclear detetado em lugares não-declarados como atómicos no seu território.
Além disso, o documento exige que Teerão esclareça a discrepância entre a quantidade de material nuclear cuja existência foi verificada pela organização numas grandes instalações de enriquecimento de urânio e a quantidade declarada pelo país.
Ao contrário de anteriores reuniões do Conselho de Governadores, o órgão executivo da agência nuclear, as potências ocidentais não apresentaram desta vez uma resolução, mas apenas esta invulgar declaração conjunta, com o apoio de dezenas de países.
Antes da reunião do conselho, fontes diplomáticas explicaram que, perante a inação do Irão após as últimas resoluções, as potências ocidentais quiseram "enviar uma mensagem diferente" àquele país e seus aliados, como China e Rússia.
O Irão vem desde há meses aumentando a sua produção de urânio enriquecido, com níveis próximos do necessário para a construção de bombas atómicas.
A declaração de hoje surge num momento delicado entre Washington e Teerão - que desde 1979 não mantêm relações diplomáticas -, já que se encontram na reta final para a assinatura de um acordo que prevê a libertação de presos nos respetivos países.