Publicada em 25/09/2023 às 08h27
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acredita que o estabelecimento de relações com a Arábia Saudita pode transformar o Oriente Médio, além de ajudar no avanço da resolução do conflito na Palestina, que se estende há décadas. A declaração aconteceu durante discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, na sexta-feira (22/9).
O premier israelense revelou que está prestes a realizar um “avanço dramático” e selar uma “paz histórica com a Arábia Saudita”.
“Essa paz contribuirá muito para acabar com o conflito árabe-israelense. Encorajará outros estados árabes a normalizarem as relações com Israel. Isso aumentará as perspectivas de paz com os palestinos”, disse Netanyahu em discurso esvaziado na ONU.
Um possível estabelecimento de relações entre Tel Aviv e Riad, sob a mediação de Washington, vem sendo especulado nos últimos tempos. Na última quarta-feira (21/9), o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, confirmou o avanço das negociações entre os dois países.
A aproximação, no entanto, não é vista com bons olhos por parte da comunidade muçulmana, principalmente pela atuação de Israel na Cisjordânia Ocupada e na Faixa de Gaza. Até setembro deste ano, 227 palestinos já morreram em decorrência de conflitos com israelenses segundo dados do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
Durante seu discurso, Netanyahu também comentou sobre a pressão contra um acordo entre sauditas e israelenses, e disse que não se pode dar “aos palestinos o poder de veto sobre novos tratados de paz com Estados árabes”.
O Irã, um dos principais antagonistas de Israel na região, também foi outro país a criticar a recente aproximação do reino saudita com os israelenses. Segundo Ebrahim Raisi, a atitude significaria uma “punhalada nas costas do povo palestino”, que luta contra a ocupação de Israel na Palestina desde a década de 40.
Sobre o país persa, Netanyahu voltou a afirmar que fará o possível para evitar que o Irã obtenha armas nucleares, e disse que “os fanáticos que governam” o país farão tudo o que puderem “para frustrar esta paz histórica” com a Arábia Saudita.