Publicada em 29/09/2023 às 15h33
Não podemos realizar eleições no território de outros", declarou o Ministro das Relações Exteriores britânico, James Cleverly, em um comunicado, denunciando a "farsa eleitoral" organizada pela Rússia na tentativa de legitimar seu controle ilegal sobre o território soberano da Ucrânia.
Entre os onze novos alvos das sanções britânicas - que incluem restrições financeiras e de viagens - estão a Comissão Eleitoral Central Russa (CEC), sua principal responsável, Natalia Boudarina, bem como Andrei Alekseyenko, chefe da administração russa, e Marina Zakharova, chefe da comissão eleitoral da região de Kherson.
Alguns dos sancionados, incluindo o CEC, também foram alvo de sanções por parte de outros aliados de Kiev.
"O Reino Unido nunca reconhecerá as reivindicações da Rússia sobre o território ucraniano", acrescentou Cleverly, referindo-se às regiões de Zaporijia, Kherson, Donetsk e Lugansk, bem como à Crimeia, cuja anexação foi anunciada por Moscou em 2014.
Apesar das condenações do Ocidente, a Rússia anunciou em setembro de 2022 a anexação desses quatro territórios ucranianos que ela controla parcialmente - Zaporijia, Kherson, Donetsk e Lugansk -, após referendos não reconhecidos pela comunidade internacional.
No início do mês, essas quatro regiões e a Crimeia foram incluídas nas eleições regionais russas, que também não foram reconhecidas e não foram sujeitas a observação eleitoral independente.
Kiev denunciou as eleições nas regiões ocupadas como ilegais, violando a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, e alertou que "não terão consequências jurídicas".
Os combates ainda continuam nesses territórios, e o exército ucraniano lançou uma contraofensiva em junho que ainda está em andamento, com confrontos intensos e avanços lentos das forças de Kiev.
As novas sanções britânicas ocorrem na véspera da comemoração na Rússia, declarada pelo presidente russo, Vladimir Putin, para celebrar o primeiro aniversário dessas "supostas anexações", de acordo com a diplomacia britânica.
Desde a invasão russa da Ucrânia, o Reino Unido impôs sanções a mais de 1.600 pessoas e entidades, incluindo 29 bancos.
De acordo com fontes ocidentais, o impacto cumulativo das sanções está causando um efeito cada vez mais prejudicial à Rússia, refletido na queda de seu PIB e no aumento de seus gastos militares.
Segundo algumas estimativas, todas as sanções aplicadas contra Moscou, incluindo o preço máximo do petróleo russo, privaram a Rússia de cerca de 400 bilhões de dólares (378 bilhões de euros) em receitas, que poderiam ter sido usados para financiar a guerra.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os dados mais recentes das Nações Unidas, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa, justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, como necessária para "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia em prol da segurança da Rússia, foi condenada pela maioria da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armas para a Ucrânia e a imposição de sanções políticas e econômicas à Rússia.