Publicada em 19/09/2023 às 15h33
Em seu primeiro pronunciamento presencial na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, defendeu, nesta terça-feira (19/9), que a Rússia está usando o preço global dos alimentos e da energia como “armas”, não apenas durante o conflito, mas contra todos os demais países do mundo.
“A Rússia está lançando os preços de alimentos como armas. O impacto estende-se desde a costa atlântica da África até ao Sudeste Asiático”, declarou o ucraniano às demais nações reunidas em Nova York, para a assembleia da ONU.
Zelensky se refere à decisão do governo russo de suspender, em julho, o acordo que garantia que os navios transportando grãos não seriam atacados ao deixar os portos ucranianos. A medida que contribuía com o equilíbrio no preço de alimentos e combate à fome no mundo.
De acordo com o líder ucraniano, Putin pretende transformar a escassez de alimentos no mercado global em uma arma em troca do reconhecimento internacional dos territórios da Ucrânia anexados por Moscou.
Vladmir Putin não viajou para Nova York para o evento e o representante da Rússia estava usando o celular durante o pronunciamento de Zelensky, sem dar muita atenção às palavras do adversário.
No principal palco da ONU, que reúne representantes de 193 países, Zelensky voltou a cobrar a responsabilização do país adversário pelas ações que chamou de “traiçoeiras” e de “genocídio”, citando o exemplo de um suposto rapto em massa de crianças ucranianas.
“Conhecemos os nomes de dezenas de milhares de crianças, e temos provas de centenas de milhares de outras pessoas raptadas pela Rússia nos territórios ocupados da Ucrânia e posteriormente deportadas”, apontou o representante de Kiev.
Ele prosseguiu: “O Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de detenção para estes crimes e estamos a tentar levar as crianças de volta para casa. Multar. O tempo passa, o que vai acontecer com eles?”, questionou Zelensky.
Em março, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão contra Putin, acusado de “crimes de guerra, deportação ilegal de população (crianças) e transferência ilegal de população (crianças) da Ucrânia para a Rússia”.
Na teoria, a ordem do tribunal obriga as autoridades de todos os países signatários do Tribunal Penal Internacional, como é o caso do Brasil, a entregarem o presidente caso ele compareça ao país deles.