Publicada em 06/10/2023 às 15h28
"Aprincipal tarefa pendente da comunidade internacional com o Haiti não consiste em enviar um contingente militar", assinalou em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros cubano.
O objetivo do envio da força internacional consiste em apoiar a polícia nacional no combate aos grupos armados que estão a espalhar o caos no Haiti.
Nesse sentido, Havana sublinhou que para solucionar esta situação é necessário "mais e melhor assistência e cooperação internacional".
"Cuba reitera o apelo para que a situação no Haiti seja abordada com a devida atenção face aos problemas estruturais, económicos e sociais do país", indicou o ministério.
O comunicado também sugere a aplicação de "efetivos mecanismos de ajuda que garantam o uso eficiente de todos os recursos fornecidos pela comunidade internacional em benefício do povo haitiano".
Segundo Havana, uma parte considerável da ajuda internacional tem sido "insuficiente, não foi enviada ou foi absorvida para gastos próprios por numerosas organizações não-governamentais [ONG] estrangeiras e agências de execução de programas".
O Governo cubano reiterou a sua posição a favor da paz e da estabilidade no vizinho país caribenho, defendendo o respeito pela soberania daquele território e "os legítimos direitos" do povo haitiano para encontrar "uma saída pacífica e sustentável" perante os desafios que enfrenta.
No comunicado, a diplomacia de Havana também menciona a cooperação cubana com o Haiti, iniciada em 1998, com uma brigada de médicos e que atualmente se mantém no terreno.
"Cuba mantém o seu compromisso solidário com o Haiti e continuará a fornecer a sua ajuda incondicional", assinalou.
Na segunda-feira, o Conselho de Segurança da ONU aprovou o envio por um ano de uma força multinacional de assistência à polícia nacional do Haiti, uma decisão que ocorre 12 meses após um pedido do próprio Governo haitiano.
Desde o assassinato do Presidente Jovenel Moise em julho de 2021, os gangues no Haiti tornaram-se mais poderosos e violentos.
Em dezembro passado, a ONU estimou que os grupos armados organizados controlavam 60% da capital do país, mas a maioria das pessoas nas ruas de Port-au-Prince diz que esse número está próximo dos 100%.
A par da violência, o país, o mais pobre do hemisfério ocidental, também atravessa uma crise política e humanitária.