Publicada em 19/10/2023 às 14h34
SAE / Facebook
Porto Velho, RO – De acordo com informações divulgadas pelo site Climainfo.org, a controvérsia em torno do alto custo da energia produzida pelas termelétricas a diesel Termonorte 1 e 2, localizadas em Porto Velho (RO) e estimadas em R$ 1,2 bilhão por dois meses, tem gerado conflitos entre associações de consumidores e o Ministério de Minas e Energia (MME). A cifra em questão tem levado a intensas discussões, inclusive na ANEEL, responsável pela definição da operação desses empreendimentos e das tarifas a serem pagas pela eletricidade produzida.
Em uma decisão publicada na terça-feira (17/10), a agência reguladora aprovou um Custo Variável Unitário (CVU) de R$ 2.721,54/MWh para a Termonorte 1 e R$ 2.997,89/MWh para a Termonorte 2, de acordo com informações do Canal Energia. Como resultado, o custo da eletricidade gerada por essas duas usinas agora figura entre os três mais caros do país, conforme a epbr reporta, sem esquecer das preocupações em relação às emissões de carbono decorrentes da queima de diesel.
Para adicionar ainda mais complexidade a essa polêmica, a hidrelétrica de Santo Antônio, situada no rio Madeira, a apenas 7 km da capital de Rondônia, retomou suas operações após uma interrupção causada pela seca no curso d'água. Isso levou o MME a considerar a possibilidade de reavaliar a conexão das termelétricas a diesel, como destacado pela Folha.
A determinação de acionar as termelétricas foi aprovada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) em uma reunião realizada em 4 de outubro. Essa decisão foi vista como uma alternativa para garantir o fornecimento de eletricidade em Rondônia e no Acre, diante da crise hídrica que impactou o rio Madeira.
O site menciona que as usinas Termonorte 1 e 2 fazem parte do portfólio da Termo Norte Energia, um grupo liderado pelo empresário Carlos Suarez, conhecido no setor energético, sobretudo no segmento de gás fóssil. Os valores propostos pela Termo Norte Energia e aprovados pela ANEEL para a operação das usinas têm gerado questionamentos. Especialistas apontam que, devido à sua antiguidade e ao uso de diesel como combustível, essas usinas são menos eficientes e consomem uma quantidade substancial de combustível, explicando o elevado custo associado a elas. A Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE) também levanta preocupações, argumentando que o abastecimento das usinas envolve o transporte de diesel por uma extensão de 3.000 km de rodovias, partindo de Paulínia (SP). Isso é considerado uma incoerência, considerando os aspectos relacionados aos custos e às emissões de combustíveis fósseis.