Publicada em 25/10/2023 às 14h48
Porto Velho, RO – O senador Confúcio Moura, do MDB de Rondônia, expressou sua indignação com os argumentos apresentados por palestrantes durante uma audiência pública realizada há dois ou três anos na Comissão do Meio Ambiente. Durante a audiência, dois palestrantes discutiram a questão das mudanças climáticas, levantando pontos de vista que questionavam a influência humana nesse fenômeno.
Moura relembrou o evento em seu artigo e mencionou que, de acordo com os palestrantes, as mudanças climáticas seriam processos naturais e que o homem não desempenharia um papel significativo nesse contexto. Os palestrantes alegaram que esses temas já haviam sido debatidos no passado sem graves consequências e que o próprio planeta seria capaz de corrigir os danos causados pelas ações humanas. Durante a audiência, apenas dois senadores estavam presentes, incluindo o próprio Moura.
O senador confessou que sua calma foi testada à medida que ouvia esses argumentos, e que se sentiu cada vez mais frustrado. Sua indignação aumentou a ponto de explodir, levando-o a expressar sua vergonha diante do que considerava um "mundo de baboseira". Ele também mencionou que os palestrantes chegaram a afirmar que o desmatamento da Amazônia não teria influência no ciclo de chuvas nem afetaria o clima.
Moura enfatizou a necessidade de uma visão mais equilibrada e alertou contra o perigo da ideologia radical, destacando que se os "ilustres negacionistas" estivessem corretos, isso implicaria uma reavaliação de sua compreensão da realidade e da importância das ações humanas no contexto das mudanças climáticas.
O senador, por meio de seu artigo, destaca o papel crucial dos debates e discussões informadas sobre as mudanças climáticas, bem como a importância de ouvir diferentes perspectivas antes de tirar conclusões definitivas sobre um tema tão complexo e relevante para a sociedade atual.
CONFIRA O TEXTO:
Quando a indignação nos preenche
Por Confúcio Moura
Dois ou três anos atrás, numa audiência pública na Comissão do Meio Ambiente, assisti a dois palestrantes, ditos como ilustres, que abordaram sobre mudanças climáticas. É sempre bom ouvir o outro lado. O seu oposto. Mas chega uma hora que dói por dentro e tudo começa a inchar. Francamente, hoje, não me lembro do nome dos ilustres professores.
Pelo que ouvi deles, terraplanistas, extremistas de direita, negacionistas, sei lá o que mais, começaram a falar que as mudanças climáticas não dependem do homem. Que tudo é bem natural. Que essas conversas já foram ditas no passado. E nada de mal aconteceu. Que o planeta é sábio e que vai consertando os desmandos do homem. Só havia na sala de audiências dois senadores. Um deles era eu.
Sou bem calmo e tranquilo. Mas a conversa dos palestrantes foi inchando dentro de mim. Parece que comi fermento. Chegou a hora que explodi. E falei da vergonha que tinha em ouvir aquele mundo de baboseira. Chegou a ponto de os camaradas falarem que o desmatamento da Amazônia não tinha nenhuma importância no ciclo das chuvas e nem interferiria no clima.
Claro que agi com meu pensamento tradicional. Porque se esses “ilustres negacionistas” estiverem certos, eu preciso me ressignificar como ser humano e tudo que aprendi na vida não valeu nada. Ideologia radical é o diabo. O cara só vê um lado e quer que o errado seja o certo.
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