Publicada em 28/10/2023 às 11h25
Rondônia é um Estado, ainda, em fase de desenvolvimento econômico, social, financeiro e político. Com pouco mais de 40 anos de emancipação político-administrativa a jovem Rondônia é destaque nacional em itens importantes, como ofertas de empregos e possibilidades reais de futuro promissor a quem está disposto a trabalhar. Aqui não faltam oportunidades.
Dizem que o mês de agosto é o mais polêmico. Muitos acreditam, que é o mês do azar, e de problemas, que se agravam no dia 13, um número místico. Mas foi um mês normal para Rondônia. O problema é outubro, que está chegando ao fim.
Desde o início do mês, que uma parceria, que vem dando certo nos últimos 4 anos, quase cinco, está em situação de choque com estremecimento das partes, o que não é bom para a população, pois envolve dois importantes Poderes, o Executivo e o Legislativo.
A aprovação pelo Legislativo de um projeto de lei do Executivo, para aumento do ICMS de 17,5% para 21% criou um clima de animosidade entre as partes. O projeto do Governo do Estado foi aprovado com somente um voto contrário. Alguns deputados, que participavam da sessão online alegaram, que tiveram problemas com a internet, e outros estavam desatentos no momento da discussão e votação.
Apesar de ser um Estado forte, economicamente, onde a produção de grãos (soja, milho e café), a piscicultura, o rebanho de gado de corte sempre crescente (6º maior do País), o aumento do ICMS e taxação de 3% para o setor pecuário, não agradou a maioria da população, que se revoltou e provocou ataques ao governo e aos deputados nas redes sociais, o que é absolutamente normal em um Estado democrático.
O povo, que é o patrão de todos (Executivo, Legislativo, Judiciário), pode –e deve– cobrar sim, no caso dos políticos explicações para ações, que envolvam dinheiro público, como a elevação do ICMS e taxação ao agronegócio. E o momento é por demais inadequado para o Estado, com a seca prolongada provocando situação difícil à população, com rios secos, pastos necessitando de chuvas, o mesmo ocorrendo na produção de grãos e leite, pois Rondônia também é destaque na pecuária de leite.
A animosidade e agressividade de parlamentares estaduais e do Governo do Estado colocadas à público nos últimos dias não é bom para Rondônia, para o seu povo. A conivência entre os Poderes é ruim, mas a parceria é necessária. Que se corrijam os erros, que seja retomada a parceria democrática, através dos debates de alto nível em busca do melhor para o povo são condições imperiosas.
Praticamente todas as semanas os deputados analisam e aprovam redistribuição de recursos financeiros em razão do excesso de arrecadação. Sinônimo que o Estado vai bem financeira e economicamente. A busca de soluções visando a melhoria das condições sociais do povo é necessária, inclusive com debates acirrados, mas dentro dos parâmetros democráticos e visando sempre o atendimento de as necessidades da maior parte da população, não de segmentos isolados, pois os políticos (Executivo e Legislativo) são eleitos pela maioria dos eleitores, através do voto direto e democrático.
Estamos chegando ao final do ano. O Orçamento do Estado para 2024 deve ser votado, regimentalmente até o dia 20 de dezembro. Sabemos que o próximo ano será dos mais difíceis. Hoje prefeituras do Nordeste e também de outros estados estão tendo problemas para cumprir seus compromissos, situação que se agravará com o 13º salário, além de guerras pelo mundo, que ninguém sabe como –ou quando– terminará.
O momento é de paz, de busca de caminhos seguros para que o povo possa se programar para situações melhores. A troca de acusações, de fomentar problemas e não soluções devem ser sepultadas e a parceria entre Executivo e Legislativo ser reestabelecida na busca de um caminho seguro para superar as adversidades, em um Estado sempre crescente, em todos os sentidos, e com futuro, ainda, mais promissor, pois certamente teremos tempos difíceis, e a política será fundamental para garantir uma vida segura a todos.
Não vamos citar o nome, mas a frase de um político de Rondônia merece ser lembrada: “política não se faz com ódio, mas com diálogo”.