Publicada em 24/10/2023 às 14h39
As falas do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, inflamaram os ânimos no lado da diplomacia israelense. Após dizer que os ataques em 7 de outubro “não aconteceram do nada”, o chanceler israelense Eli Cohen fez uma série de afirmações contra ele e ainda cancelou uma reunião com o representante.
Além disso, o embaixador de Israel na ONU, Gilard Erdan, pediu a demissão de Guterres.
A nova reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito armado no Oriente Médio ocorre nesta terça-feira (24/10), em Nova York (EUA), e é presidida pelo ministro das Relações Exteriores (MRE) do Brasil, Mauro Vieira. Após os discursos de diversos integrantes do conselho, o brasileiro pediu um “mínimo de humanidade” ao Hamas e ao Estado de Israel.
Os dois representantes de Israel na ONU repreenderam o discurso do secretário-geral Guterres. “Senhor secretário-geral, em que mundo você vive? Sem dúvida, não é o nosso”, rebateu o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, durante a reunião.
Mais cedo, na abertura, Guterres havia afirmado que “em um momento crucial como este, é importante ter princípios claros – começando pelo princípio fundamental de respeitar e proteger os civis”, e que “proteger civis não pode ser nunca os mandar para o sul onde não tem medicamentos, não tem combustível, não tem comida e nem água e então continuar bombardeando a região”.
Apesar das críticas de Israel
Os representantes de diversas nações prestaram suas condolências aos mortos no conflito, durante a reunião. Durante o encontro, o coordenador especial da ONU, Tor Wennesland, enfatizou o posicionamento da instituição no que diz respeito ao cessar-fogo.
“A ONU foi muito clara em condenar os ataques”, ressaltou Wennesland. “Repito para todos os envolvidos agirem com responsabilidade. Qualquer erro de cálculo terá impactos imensos”, completou.
Recentemente, após o veto à sugestão brasileira, os Estados Unidos apresentaram uma proposta para a resolução do conflito. A tendência é que Rússia e China, que são membros permanentes e têm poder de veto, se posicionem contra a ideia norte-americana, principalmente devido ao comportamento da diplomacia estadunidense.