Publicada em 23/10/2023 às 11h34
Porto Velho, RO – Segundo levantamento do jornal Estadão, 18 deputados federais em primeiro mandato já estão considerando a possibilidade de disputar as eleições municipais para prefeito, apenas oito meses após assumirem seus cargos no Legislativo federal. Esses deputados, que representam quase metade dos 38 pré-candidatos identificados em 20 capitais do Brasil, afirmam que essa movimentação não prejudicará seu desempenho na função para a qual foram eleitos em 2022.
Um deles, de acordo com o levantamento do Estadão, seria o deputado federal Fernando Máximo, do União Brasil.
Dentre os 18 deputados em questão, 15 utilizaram recursos do Fundo Eleitoral no valor de R$ 17,9 milhões durante a campanha do ano passado. A exposição e estrutura de um cargo de deputado federal aumentam suas chances de sucesso em eleições municipais. Além disso, em caso de derrota, eles não perdem seus mandatos parlamentares.
Vale ressaltar que a movimentação política é comum na carreira de políticos brasileiros, e a possibilidade de concorrer a cargos executivos é uma estratégia adotada por muitos. No entanto, os eleitores podem interpretar essa mudança de foco como um descumprimento das promessas de campanha.
Dentre os deputados que estão cogitando se lançar como pré-candidatos a prefeito, Guilherme Boulos, do PSOL-SP, é um exemplo. Ele já anunciou suas intenções de concorrer à prefeitura de São Paulo, após ter se destacado como deputado. Por outro lado, ele defendia a necessidade de fazer a diferença no Congresso Nacional em sua campanha para a Câmara.
Outros exemplos incluem a deputada delegada Adriana Accorsi, do PT-GO, que também planeja se candidatar à prefeitura de Goiânia, e Marcos Pollon, do PL, que fez campanha voltada para a pauta armamentista e agora busca ser o candidato da direita à prefeitura de Campo Grande (MS).
No cenário político, mudanças de cargo e aspirações a cargos executivos são comuns, e os deputados têm o direito de buscar novas oportunidades eleitorais. No entanto, cabe aos eleitores avaliar se essas mudanças são consistentes com as promessas feitas durante as campanhas eleitorais. O Tribunal Superior Eleitoral prevê que 152 milhões de eleitores participarão das eleições municipais de 2024, com o primeiro turno marcado para 6 de outubro do próximo ano.
Quem são os deputados pré-candidatos nas capitais
Belo Horizonte (MG): Duda Salabert (PDT, 1º mandato), Pedro Aihara (Patriota, 1º mandato) e Rogério Corrêa (PT)
Boa Vista (RR): Nicoletti (União Brasil) e Zé Haroldo Cathedral (PSD, 1º mandato)
Campo Grande (MS): Marcos Pollon (PL, 1º mandato) e Beto Pereira (PSDB)
Cuiabá (MT): Abílio Brunini (PL, 1º mandato)
Curitiba (PR): Beto Richa (PSDB, 1º mandato), Carol Dartora (PT, 1º mandato) e Luciano Ducci (PSB)
Fortaleza (CE): André Fernandes (PL, 1º mandato)
Goiânia (GO): Gustavo Gayer (PL, 1º mandato) e Adriana Accorsi (PT, 1º mandato)
João Pessoa (PB): Ruy Carneiro (Podemos)
Manaus (AM): Amom Mandel (Cidadania, 1º mandato)
Natal (RN): General Girão (PL), Natália Bonavides (PT) e Sargento Gonçalves (PL, 1º mandato)
Palmas (TO): Eli Borges (PL), Ricardo Ayres (Republicanos, 1º mandato) e Filipe Martins (PL)
Porto Alegre (RS): Fernanda Melchionna (PSOL) e Maria do Rosário (PT)
Porto Velho (RO): Fernando Máximo (União Brasil, 1º mandato)
Recife (PE): Tulio Gadelha (Rede)
Rio Branco (AC): Antônia Lucia (Republicanos)
Rio de Janeiro (RJ): Tarcísio Motta (PSOL, 1º mandato), Alexandre Ramagem (PL, 1ºmandato), Otoni de Paula (MDB) e Dr. Luizinho (PP)
Salvador (BA): Sargento Isidoro (Avante)
São Luís (MA): Duarte Júnior (PSB, 1º mandato)
São Paulo (SP): Guilherme Boulos (PSOL, 1º mandato), Tábata Amaral (PSB) e Kim Kataguiri (União Brasil)
Teresina (PI): Marcos Aurélio Sampaio (PSD)