Publicada em 13/10/2023 às 14h47
Grupo de brasileiros que embarcou em voo do Governo Brasileiro que deixou Tel Aviv com destino a São Paulo nesta quinta, 12/10. Foto: @gov.br
Enquanto o mundo ainda estava em choque com o início de um novo conflito de grandes proporções no Oriente Médio após os atentados de 7 de outubro em Israel, o Governo Federal já mobilizava toda uma estrutura para trazer de volta com rapidez os brasileiros que estavam na zona de conflito.
Menos de uma semana depois do início do conflito, 701 brasileiros já estão de volta ou a caminho de casa com segurança, após a mobilização de quatro aeronaves da Força Aérea Brasileira, inclusive um avião presidencial, para as ações de resgate
No próprio sábado, foi criado um gabinete de crise. As embaixadas do Brasil em Tel Aviv (Israel), Cairo (Egito) e o Escritório de Representação em Ramala (na Palestina) foram acionados. Um formulário online ajudou a identificar os brasileiros em situação de dificuldade. Mais de 2,7 mil manifestaram interesse em retornar. Requisitos de prioridade para brasileiros sem passagens, não residentes, gestantes, idosos, mulheres e crianças foram adotados.
Menos de uma semana depois, 701 brasileiros já estão de volta com segurança ou a caminho do Brasil, após a mobilização de quatro aeronaves da Força Aérea Brasileira, inclusive um avião presidencial, para as ações de resgate.
O governo também garantiu transporte de ônibus das principais cidades israelenses para o aeroporto de Tel Aviv. Já houve desembarques em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife e as aeronaves seguem indo e voltando para garantir o retorno de todos.
UNIDOS - O processo envolve muita gente. Desde servidores do Ministério da Agricultura, que facilitaram o embarque de cachorros e gatos em condições especiais, até servidores do Itamaraty e ministros, como Mauro Vieira (Relações Exteriores) e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As conversas são essenciais para ajustar o cruzamento de fronteiras em segurança e o uso do espaço aéreo dos países da região. Em especial para permitir que 22 brasileiros que estão em Gaza consigam cruzar a fronteira terrestre com o Egito em segurança para serem deslocados para o Brasil.
Lula, por exemplo, conversou por telefone com o presidente de Israel, Isaac Herzog. Agradeceu o apoio dos israelenses, se solidarizou com as violentas mortes nos atentados terroristas no país e pediu a criação de um corredor humanitário para preservar crianças, adolescentes e mulheres e garantir comida, remédio, água e luz na região de conflito.
“Solicitei ao Presidente todas as iniciativas possíveis para que não falte água, luz e remédios em hospitais. Não é possível que os inocentes sejam vítimas da insanidade daqueles que querem a guerra. Transmiti meu apelo por um corredor humanitário para que as pessoas que queiram sair da Faixa de Gaza pelo Egito tenham segurança. E disse que o Brasil está à disposição para tentar encontrar um caminho para a paz", postou o presidente nas redes sociais.
SAÚDE FÍSICA E MENTAL - As tripulações dos voos de repatriação para o Brasil também contam com equipes de médicos, enfermeiros e psicólogos, para garantir que todos os passageiros tenham acompanhamento tanto para questões de saúde física quanto para a saúde mental, que usualmente sofre consequências diante de situações de tensão típicas de conflitos armados.