Publicada em 31/10/2023 às 09h32
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mais de 420 crianças são mortas ou feridas todos os dias na Faixa de Gaza desde a escalada do conflito entre Israel e o grupo Hamas.
A informação foi repassada por Catherine Russell, diretora-executiva do Unicef, em reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) desta segunda-feira (30/10).
A representante da organização ainda destacou que as crianças de Israel e de Gaza têm passado por “um trauma terrível”. Segundo ela, as consequências poderão durar a vida inteira.
A reunião de emergência, que reuniu as delegações em Nova Iorque, na tarde desta segunda-feira (30/10) foi convocada pelos Emirados Árabes Unidos, diante da investida terrestre de Israel contra a Faixa de Gaza.
O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, discursou na sessão desta segunda-feira (30/10) do Conselho de Segurança da ONU. Ele afirmou que as crianças têm sido punidas por crimes que elas não cometeram.
Na ocasião, o representante da delegação brasileira questionou: “Se não agirmos agora, quando agiremos?”. “Quantas vidas mais precisam ser perdidas para que nós, finalmente, nos movamos da fala para a ação?”.
Resolução da Assembleia-Geral
Na última sexta-feira (27/10), a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução que pede uma trégua humanitária no conflito entre Israel e o Hamas. A votação terminou com o seguinte placar: 120 a favor, 14 contra e 45 abstenções. O Brasil votou a favor da medida.
Diferentemente do que é decidido no Conselho de Segurança, a resolução aprovada pela Assembleia Geral tem caráter recomendatório, ou seja, os envolvidos no conflito não são obrigados a acatá-la.
O texto aprovado é de autoria da Jordânia e contou com o apoio de mais de 40 países, entre eles Egito, Omã e Emirados Árabes Unidos. Além de pedir a interrupção dos ataques, a resolução defende a garantia de ajuda humanitária.
A minuta apresentada pelos países árabes, porém, não tinha tinha uma condenação direta à ação do Hamas em 7 de outubro. Uma emenda apresentada pela delegação do Canadá, que era apoiada pelos Estados Unidos, propunha a medida, mas não passou.