Publicada em 06/11/2023 às 09h05
Famosa ativista na luta contra a ocupação israelense da Cisjordânia, a palestina Ahed Tamimi, de 22 anos, foi presa por “incitação ao terrorismo” na cidade natal de Nabi Saleh, de acordo com anúncio feito, nesta segunda-feira (6/11), pelo Exército de Israel.
“Ahed Tamimi foi presa sob suspeita de incitar à violência e atividades terroristas na cidade de Nabi Salih”, perto da cidade de Ramallah, disse um porta-voz do exército à AFP.
Ainda segundo a fonte, “Tamimi foi transferida para as forças de segurança israelenses para mais interrogatórios.”
Circulam nas redes sociais o suposto momento da prisão da ativista (veja abaixo), que ficou conhecida aos 14 anos quando mordeu um soldado israelense para impedir a prisão do irmão mais novo.
A detenção da ativista palestina ocorreu durante uma operação do Exército israelense “que visava deter indivíduos suspeitos de envolvimento em atividades terroristas e incitação ao ódio” no norte da Cisjordânia.
Ao ser questionado pelo motivo da prisão da jovem, um porta-voz dos serviços de segurança compartilhou com a AFP uma publicação atribuída à Temimi.
No texto, ela teria supostamente pedido o “massacre” de israelenses em “todas as cidades da Cisjordânia, Hebron e Jenin”.
Por outro lado, a mãe da ativista nega que a filha tenha feito as postagens. “Eles a acusam de ter publicado uma mensagem incitando a violência, mas Ahed não a escreveu”, declarou Narimane Tamimi à AFP.
“Há dezenas de contas com a foto de Ahed, mas com as quais ela não têm qualquer vínculo. Quando Ahed tenta abrir uma conta nas redes sociais, ela é bloqueada imediatamente”, completou.
Quem é Ahed Tamimi
Considerada um símbolo mundial pela defesa da causa do povo palestino, Ahed Tamimi é conhecida pelos locais pela coragem de enfrentar as autoridades israelenses para defender os direitos da população palestina que habita os territórios ocupados por Israel.
Além da mordida emblemática aos 14 anos, dois anos depois, em dezembro de 2017, ela deu um tapa em um soldado israelense no quintal de sua casa. A ativista já foi detida anteriormente e depois condenada a oito meses de prisão.