Publicada em 03/11/2023 às 11h09
Fotomontagem / Reprodução
Porto Velho, RO – Na cabeça de algumas autoridades de Rondônia, incluindo a do senador da República Jaime Bagattoli, do PL, o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu correligionário, ainda é o todo-poderoso da “parada”. Com um salário de mais de R$ 41 mil na condição de presidente de honra da sigla de Valdemar Costa Neto, o inelegível – por pelo menos oito anos –, Bolsonaro não quer saber de intrigas internas.
O recebeu para “chorar pitangas”? Claro.
Como não dar apoio moral a quem lhe rende todas as láureas em prosas veiculadas nas redes sociais? Para ex-morador do Palácio do Alvorada dar o ombro amigo para o pecuarista rondoniense corar em prantos é nada mais que um ato protocolar de preservação de propaganda gratuita.
A realidade é que Bagattoli está tentando digerir a “rasteira” patrocinada nos bastidores pelo “colega e muy amigo” Marcos Rogério, que, do nada, sem mais nem menos, reassumiu o posto de regente da agremiação em termos locais, com a benção, claro, de Costa Neto.
Burburinhos de bastidores indicam que Rogério chegou a cogitar cair fora da legenda levando uma horda de congressistas junto com ele caso não fosse atendido em seu pleito que é, antes de qualquer coisa, antidemocrático e avesso a deliberações coletivas.
Se a urna não lhe confere mais sucesso desde 2018, quando se tornou membro da Câmara Alta, levado à lona em dois turnos na disputa pelo Palácio Rio Madeira em 2022 pelo xará Marcos Rocha, do União Brasil, o jeito, pelo menos segundo versam as informações transmitidas por fontes inconfessas atreladas aos corredores brasilienses, é usar da influência adquirida nacionalmente para obter suas conquistas via “tapetão”.
Em trecho da mensagem onde toca no assunto, Bagattoli admite a sua fraqueza enquanto político.
Nem mesmo Bolsonaro foi capaz de garantir sua permanência na posição de comando: “[...] fizemos a comissão em diversos municípios para colocar provisórias em vários municípios. E estava saindo muito bem. E o que me surpreendeu é que o nosso presidente nacional do partido me chamou um dia desses e falou que queria devolver o partido ao antigo presidente Marco Rogério”, anotou. E reforçou: “Eu quero dizer a toda a população de Rondônia que eu não tenho forças para fazer. Agradeço demais ao nosso ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. O Bolsonaro esteve do meu lado, conversou com o Valdemar Costa Neto, queria demais que eu ficasse à frente do partido, mas a decisão final foi do presidente Valdemar Costa Neto”, encerrou.
No fim, o imbróglio interno serviu para demonstrar que o congressista não tem obstinação suficiente para bater de frente com os grandes “caciques” da política nacional: entre eles, o colega/muy amigo Marcos Rogério, um “devorador” de iniciantes.
E foi uma rasteira muito bem dada.