Publicada em 25/11/2023 às 09h31
Porto Velho, RO – Os políticos de Rondônia não sentiram em seus bolsos o furor financeiro das empresas aéreas como Gol e Azul que, após deflagrarem um processo de redução de voos partindo do estado, geraram um caos no setor e, de forma subsequente, conseguiram insuflar os valores para viajar de avião saindo do estado.
Também pudera. São detentores de salários que ultrapassam a marca dos cinco dígitos, sem contar que, em relação à despesa específica, ao menos em questão de trabalho, são bancados pelo imposto dos cidadãos para transitarem livremente pelo País a fim de cumprirem com seus compromissos.
Privilégio a que seus financiadores não usufruem.
Enquanto isso, por exemplo, Marcos Rogério, senador da República do PL, está recebendo medalha de ‘imorrível’’, ‘‘imbrochável’’ e ‘‘incomível’’ do dono do título do quarto “i”, o inelegível, sem aspas, Jair Bolsonaro, seu correligionário.
Esse é o nível...
Ou, na mesma senda, o deputado federal Coronel Chrisóstomo, colega de ambos, prefere usar a Tribuna em Brasília para falar sobre as eleições na Argentina.
A exceção da semana foi o discurso de Sílvia Cristina, pertencente à sigla do trio citado, que exigiu respeito das empresas aéreas.
"Dessa vez, uma comitiva de mais de 50 atletas paraolímpicos e mais os treinadores, foram impedidos de viajar para uma disputa de competição nacional, em São Paulo, por falta de voos! Eles treinaram, se prepararam, sonharam com esse campeonato e não vão poder ir. Tem o recurso para custear as passagens, mas não tinha voos para levá-los. Um desrespeito que não podemos mais aceitar", desabafou.
Sílvia Cristina aproveitou para cobrar da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e do Ministério de Portos e Aeroportos, que se posicionem em defesa dos passageiros de Rondônia e da região Norte, que são os mais prejudicados.
Custando entre R$ 3 a R$ 5 mil para ir e voltar de Cuiabá – para se ter ideia –, uma passagem aérea em Rondônia está fora de cogitação para quem pretendia algo próximo à concepção de tirar férias decentes com a família agora na reta final do ano ou mesmo planeja para daqui a meses. Não importa. É caro o tempo inteiro e para todos os lugares. A ponto de que “promoções” atualmente sejam lançadas com valores entre R$ 1,6 a R$ 2 mil em viagens para o litoral brasileiro.
Ir de ônibus? Também não parece algo próximo à realidade da classe trabalhadora já que, levando em conta o mesmo trecho, ou seja, até a capital de Moto Grosso, passagens podem chegar a R$ 600 e poucos por pessoas, sem contar o leito.
“Por que que o voo é tão caro? A passagem é tão cara. Joga sempre a culpa no querosene. O querosene no governo anterior aumentou cento e vinte e um por cento. Mas no nosso governo já caiu trinta e dois por cento. Então eu quero, quero te dizer que quando eu tiver essa reunião, que eu tiver as informações corretas eu vou te ligar em Rondônia pra dizer pra você o que que aconteceu de verdade”, anotou.
“O que nós precisamos é ter uma interligação, você precisa ter avião grande, você pode ter avião menores que façam voos regionais para garantir ao povo brasileiro o direito de ir e vir. More ele aonde morar. É inexplicável que a gente não tenha voo diário de capital pra capital. É inexplicável”, finalizou o presidente, que, na mesma toada da bancada federal rondoniense, parece dar de ombros à questão.
Com valores absurdos para ir voando e caríssimos nos meios de transporte terrestres, a sociedade se vê sem representação no imbróglio, longe de terminar.