Publicada em 10/11/2023 às 15h02
"Amineração ilegal também tem sido associada a outros crimes como o tráfico de seres humanos, o branqueamento de capitais, o tráfico de armas e explosivos ilegais, a evasão fiscal, a imigração ilegal e o crime organizado transnacional", frisou a ministra da Defesa, Thandi Modise.
Nesse sentido, a governante sul-africana, que falava aos jornalistas em Pretória, a capital do país, juntamente com o ministro da Justiça, Ronald Lamola, e os responsáveis da segurança policial sobre os elevados níveis de criminalidade no país, sublinhou que a exploração mineira ilegal representa "uma ameaça à segurança nacional".
"Existem mais de 6.100 minas desativadas e abandonadas no nosso país, algumas dessas minas são antigas e os seus proprietários não podem ser identificados", salientou Modise, acrescentando que as autoridades sul-africanas têm vindo a selar pelo menos 40 minas em média por ano.
A ministra sul-africana revelou que até à data foram detidas mais de 4.000 pessoas por envolvimento na exploração mineira ilegal no país, entre os quais mais de 2.000 cidadãos estrangeiros do Zimbabué, Moçambique, Lesoto, DRCongo, Nigéria, Quénia, Paquistão e Uganda.
Modise indicou que as autoridades governamentais registaram um agravamento de incidentes nos últimos 12 meses em que mineiros ilegais conhecidos localmente como "zama zamas" sequestram comunidades por resgate, cometendo crimes violentos, incluindo homicídio e violação.
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, aprovou, quinta-feira, o destacamento de 3.300 efetivos do exército para impedir a exploração mineira ilegal em todo o país.
Os militares da Força de Defesa Nacional Sul-Africana (SANDF, na sigla em inglês) vão trabalhar em cooperação com o Serviço de Polícia da África do Sul (SAPS, na sigla em inglês), segundo as autoridades sul-africanas.
Na África do Sul, a exploração mineira ilegal é frequente, em especial na província de Gauteng, onde se situa a cidade mineira de Joanesburgo.