Publicada em 03/11/2023 às 14h16
Após o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, externar o desejo de oficializar uma pausa humanitária no conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas, na Faixa de Gaza, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que um cessar-fogo está fora de cogitação. A não ser que reféns sejam libertados.
“Israel nega um cessar-fogo temporário que não inclua a libertação de nossos reféns. Israel não deixará entrar combustível em Gaza, e se opõe a enviar dinheiro para Gaza”, afirmou. “Não iremos parar até a vitória”, ressaltou Netanyahu.
As afirmações de Netanyahu foram feitas durante um pronunciamento televisionado.
Netanyahu impedirá entrada de combustível em Gaza
Além de desconsiderar completamente o cessar-fogo, ainda que temporário, Netanyahu reafirmou que não deixará a entrada de combustível na Faixa de Gaza, já que este seria utilizado pelo Hamas, ao qual ele jurou destruir.
“Não iremos parar até a vitória. (…) Isso significa destruir o Hamas, retornar os reféns e restaurar a segurança de nossos cidadãos e crianças”, afirmou Netanyahu. “Israel não vai permitir a entrada de combustível em Gaza”, também disse o primeiro-ministro israelense.
Ele ressaltou a atuação do Exército israelense, e afirmou que os soldados “usam seus corpos para proteger os nossos corpos”. Também disse que “nós estamos lutando para causar o mínimo de mal aos nossos guerreiros, mas faremos o que for preciso para derrotar nossos inimigos”.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, confirmou à imprensa local os desejos da Casa Branca em oficializar uma pausa humanitária no conflito entre Israel e o grupo Hamas na Faixa de Gaza. Ele está em Tel Aviv desde o começo da manhã desta sexta-feira (3/11), onde se encontrou com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. “Nós precisamos fazer mais para proteger os civis palestinos”, afirmou Blinken à imprensa.
Números em Gaza
O número de mortos na Faixa de Gaza está em pouco mais de 9 mil, e são mais de 32 mil feridos, de acordo com informações do Ministério da Saúde de Gaza (MOH) desta sexta-feira (2/11). Dos óbitos, 3,7 mil são crianças. A estatística chega a 1,9 mil feridos e 111 mortos na Cisjordânia.
Somando os 1,4 mil mortos em Israel durante o ataque do Hamas em 7 de outubro, o total chega a 10.572 vidas perdidas no Oriente Médio.
Os bombardeios deixaram cerca de 45% de todas as casas da Faixa de Gaza danificadas ou destruídas, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU). A organização ainda emitiu avisos de escassez “catastrófica” de alimentos. Esses dados foram divulgados durante a Assembleia Geral da ONU, no último dia 24, pela relatora especial para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados da Palestina, a italiana Francesca Albanese.