Publicada em 01/11/2023 às 15h11
"Esta é simplesmente a última atrocidade a atingir o povo de Gaza, onde os combates entraram numa fase ainda mais aterradora, com consequências humanitárias cada vez mais terríveis", afirmou o responsável em comunicado, sublinhando que "a incapacidade de atuar agora terá consequências muito além da região" e que esta "é uma crise global".
Dezenas de palestinianos foram mortos no bombardeamento de terça-feira no maior campo de refugiados da Faixa de Gaza, um ataque que o exército israelita confirmou, indicando que visava um dos responsáveis pelo ataque do Hamas de 07 de outubro.
Já esta quarta-feira a defesa civil de Gaza anunciou que o exército israelita tinha voltado a atacar o campo de refugiados e que este novo bombardeamento tinha "matado famílias inteiras".
"Em Gaza, mulheres, crianças e homens estão a morrer de fome, traumatizados e mortos pelos bombardeamentos. Perderam toda a fé na humanidade e toda a esperança no futuro", insistiu Martin Griffiths, no regresso de uma viagem a Israel e à Cisjordânia, reiterando a sua condenação dos ataques "brutais" do Hamas de 07 de outubro.
"Entretanto, o mundo parece incapaz ou mesmo sem vontade de atuar. Isto não pode continuar", referiu, apelando a "repetidas pausas humanitárias" nos combates para permitir a entrada de mais ajuda humanitária e para que o Hamas liberte os reféns.
Mais de 8.500 pessoas foram mortas e milhares de outras ficaram feridas nos bombardeamentos com que Israel retaliou o ataque desencadeado pelo Hamas, considerado como uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia e que controla Gaza desde 2007, quando expulsou do território o partido Fatah, que governa a Cisjordânia.
Israel tem lançado ataques aéreos contra Gaza desde 07 de outubro, quando militantes do Hamas atacaram aldeias e postos militares israelitas, matando cerca de 1.400 pessoas e fazendo 240 reféns.
As forças israelitas também intensificaram as suas operações na Cisjordânia, ocupada desde a guerra árabe-israelita de 1967.