Publicada em 14/11/2023 às 15h33
Um grupo de manifestantes, formado em grande parte por parentes dos reféns capturados pelo Hamas, iniciou um protesto nesta terça-feira (14/11), na cidade de Tel Aviv, em Israel. O grupo seguirá para Jerusalém, onde pretende realizar uma manifestação no gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
Os manifestantes pressionam o governo de Israel por ações em prol da libertação de reféns mantidos pelo Hamas. O governo israelense estima que mais de 200 reféns estão sob custódia do grupo extremista desde o último dia 7 de outubro.
“Exijo que Benjamin Netanyahu e o gabinete nos deem respostas e tomem medidas. Não temos mais forças. Traga nossos filhos, nossas famílias, de volta para casa”, afirmou Shelley Shem Tov durante a manifestação. Segundo o portal Times of Israel, a mulher teve o filho capturado pelo grupo extremista.
Esta terça marca o 39ª dia desde a escalada do conflito entre Israel e o Hamas. No último dia 7 de outubro, o grupo extremista promoveu um ataque surpresa a Israel. Desde então, as Forças de Defesa de Israel passaram a retaliar as ações com bombardeios e incursões terrestres na Faixa de Gaza.
Na tarde desta terça, pelo horário local, o grupo de manifestantes se reuniu em Tel Aviv , protestou segurando cartazes com fotos dos reféns e entoando a frase: “Nós vamos trazer eles de volta”.
Nesta terça, o primeiro-ministro de Israel afirmou que um acordo de libertação dos reféns será divulgado apenas “se e quanto” haver desenvolvimentos concretos. “Desde o início da guerra estamos trabalhando incessantemente para a libertação dos nossos reféns, inclusive exercendo uma pressão crescente desde o início da operação terrestre”, disse.
A fala ocorreu após a declaração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de que um acordo pela libertação de reféns estaria próximo de ocorrer. “Tenho conversado com as pessoas envolvidas todos os dias. Eu acredito que isso vai acontecer. Mas não quero entrar em detalhes”, disse a jornalistas, segundo a CNN Internacional.
Um porta-voz do Hamas afirmou, nessa segunda-feira (13/11), que negocia a libertação de reféns em troca de uma trégua de cinco dias nos ataques contra a Faixa de Gaza. A informação foi divulgada pelas Brigadas al-Qassam, braço armado do grupo extremista.
A proposta teria sido repassadas a mediadores do Catar. O grupo afirmou estar pronto para libertar 70 pessoas, entre mulheres e crianças. “A trégua deve incluir um completo cessar-fogo e permitir ajuda e alívio humanitário em qualquer lugar da Faixa de Gaza”, disse o porta-voz Abu Ubaida.
Apenas 4 libertações
Até o momento, o Hamas libertou apenas quatro reféns. Judith Tai Raanan e Natalie Shoshana Raanan, mãe e filha, respectivamente, foram as primeiras a receberem liberdade, em 20 de outubro. Ambas têm cidadania americana, e estavam em Israel para visitar um parente, quando foram capturadas.
Judith e Natalie foram entregues à Cruz Vermelha Internacional e, após isso, se encontraram com tropas de Israel. O Hamas informou, em um comunicado, que elas foram liberadas por motivos humanitários e para contrariar acusações do governo dos EUA.
Em 23 de outubro, o grupo libertou outras duas mulheres, de nacionalidade israelense, que foram identificadas como Nurit Yitzhak, 79 anos, e Yochved Lifshitz, 85, e teriam sido liberadas pelo grupo por razões humanitárias. Ambas saíram da Faixa de Gaza para o Egito.