Publicada em 21/11/2023 às 15h50
Promover o acesso à saúde para todos é uma missão que a Prefeitura de Porto Velho, através da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), executa com muito empenho. Um dos programas que reforça essa atividade é o “Consultório na Rua”, desenvolvido pela pasta desde 2014. A estratégia tem o objetivo de ampliar os serviços da Atenção Primária de Saúde (APS) para os moradores em situação de rua ou de vulnerabilidade social.
Iolanda do Remédio, assistente social do programa, conta que a atividade realizada pela Prefeitura de Porto Velho é muito importante, pois tem um olhar para um público que, geralmente, é esquecido.
“Eu costumo dizer que nós, do Consultório na Rua, vamos abrindo as portas para eles, porque através dessas atividades, nós temos um papel contributivo na transformação da vida dessas pessoas. Muitos deles têm vontade de sair dessa situação, e quando você pode ajudar alguém quem tem esse desejo é muito satisfatório”, relata Iolanda.
SERVIÇOS
As equipes atendem em praças, calçadas, terrenos baldios, onde houver aglomerados de pessoas nessa situação
O programa desenvolvido pela Prefeitura de Porto Velho percorre os quatro cantos da cidade. Segundo a médica da equipe, Larissa Cavalcante, os serviços são oferecidos em diferentes realidades.
“A gente faz atendimentos em praças, calçadas, terrenos baldios, entre outros, mas sempre onde há um aglomerado de pessoas, onde a gente pode oferecer atendimentos”, relata Larissa Cavalcante.
A equipe multiprofissional percorre as ruas de Porto Velho em uma van específica para o atendimento. No veículo, vão cinco profissionais, sendo: técnico de enfermagem, enfermeira, dentista, assistente social e médica.
Os profissionais se deparam com a diversidade de casos e histórias entre os pacientes
No local das ações itinerantes, são oferecidos diversos serviços de atenção à saúde, como:
• Aferição de Pressão Arterial;
• Consulta clínica médica;
• Consultas de Pré-Natal;
• Testes rápidos de ISTs;
• Exame de tuberculose;
• Tratamento de ISTs;
• Tratamento de doenças virais;
• Tratamento de tuberculose;
• Atendimento odontológico
• Emissão de Cartão do SUS
• Distribuição de preservativos, entre outros.
Um dos pacientes que recebe o serviço, pelo menos há seis meses, é Jonatas, de 44 anos, morador em situação de vulnerabilidade social. Ele conta que a atividade ofertada pela equipe do Consultório na Rua é um trabalho brilhante.
“Esse atendimento que vem até nós é muito importante. Não tem coisa melhor, pois às vezes a gente não sabe com qual doença está e a doutora chega junto com a equipe e faz um trabalho excelente”, destaca Jonatas.
RETRATO
As realidades encontradas pela equipe multiprofissional são inúmeras. A médica explica que na rua existem muitas pessoas vítimas da dependência química, mas outras vivem nessa condição por diversos fatores.
“Muitos estão nessa situação em decorrência da história natural da dependência química, mas boa parte desse grupo não tem histórico do uso de substâncias químicas, estão nessa situação, às vezes, por questões sociais. A rua é muito diversa”, destaca Larissa Cavalcante.
ROTINA
O serviço é oferecido semanalmente pela equipe do Consultório na Rua. Para cada dia há uma programação e todas para moradores em situação de rua ou em vulnerabilidade social. De acordo com a médica, Larissa Cavalcante, a rotina no acolhimento é necessária para garantir a saúde dessas pessoas.
“Toda semana nós vamos até o ponto onde geralmente eles ficam. Lá nós levamos os medicamentos do tratamento que eles estão fazendo e, assim, eles vão se livrando das doenças. Alguns não querem seguir o tratamento, mas devido à nossa insistência, conseguimos fazer com que eles façam corretamente”, diz Larissa.
A rotina de trabalho da equipe do Consultório na Rua acontece de segunda a sexta-feira. Além dos atendimentos nas ruas, o serviço também é realizado no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP), na Unidade de Saúde da Família Osvaldo Piana e ainda no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD).
“Esse atendimento da sexta-feira é direcionado a pacientes com dependência química, que têm uma necessidade maior de atendimento. Nós buscamos eles nos pontos onde geralmente costumam ficar e aí levamos para fazer o acompanhamento psicológico oferecido no CAPS”, explicou Larissa.
DADOS
Em todo o município, o serviço tem ganhado bastante proporção, são mais de 3 mil atendimentos realizados nos últimos dois anos. No ano passado, a faixa etária masculina, entre 35 e 39 anos, foi a que mais recebeu o atendimento das equipes. De janeiro de 2023 até o momento, pessoas com idade entre 40 e 44 anos foram as mais atendidas.
No caso das mulheres, em dois anos, a faixa etária entre 40 e 44 anos é a que mais recebeu atendimento da equipe do Consultório na Rua.